SALMO
137 – A CANÇÃO FESTIVA DO EXÍLIO
Junto aos rios da Babilônia,
Ali nos assentamos e choramos,
Quando nos lembramos de Sião.
Sobre os salgueiros que há no meio dela,
Penduramos as nossas harpas.
Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção;
Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção;
E os que nos destruíram, que os alegrássemos,
Dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.
Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,
Esqueça-se a minha direita da sua destreza.
Se me não lembrar de ti,
Se me não lembrar de ti,
Apegue-se me a língua ao meu paladar;
Se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de
Jerusalém,
Que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces.
Ah! Filha de babilônia, que vais ser assolada;
Ah! Filha de babilônia, que vais ser assolada;
Feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos
pagaste a nós.
Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.
Salmos 137:1-9
Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.
Salmos 137:1-9
DATA E CONTEXTO HISTÓRICO.
Esse salmo traz uma reflexão sobre um momento de
tristeza ao relembrar uma das épocas mais sombrias da história de Israel. Seu cativeiro
na babilônia. Porém, a perspectiva é de um momento presente festivo. A ideia é
que durante o cativeiro babilônico não havia alegria para cantar os lindos
hinos de Jerusalém. Porém, no contexto atual do poeta, havia motivos de sobra para
festejar, pois seus pés estavam pisando o solo da cidade santa. O poeta estava
em Jerusalém, muito provavelmente celebrando com o povo de Deus a festa dos
tabernáculos. Festa que relembrava os 40 anos de peregrinação de Israel no
deserto assim que saiu do Egito, aproximadamente 1400 A.C. O salmo muito provavelmente
foi escrito por volta 400 A.C. e o retorno da primeira leva de Judeus da babilônia
se deu em 543 A.C. Sendo assim o regresso da babilônia estava mais fresco na
mente do que a saída do Egito. Dando a festa dos tabernáculos um significado
mais palpável para o povo que celebrava. Por isso a lembrança inicial do
cativeiro babilônico, no inicio dessa canção, equivalia à saída do povo do Egito.
UM INSTANTE DE REFLEXÃO
Alegre o povo comemorava a festa da peregrinação ou a
festa dos tabernáculos. Mas em um dado momento o povo silenciava as canções
festivas. Um espirito reflexivo tomava toda a nação presente em Jerusalém e que
estava diante do templo. Uma voz altiva e melancólica gritava no meio do povo:
1 SENTADOS JUNTO AOS rios de Babilônia chorávamos,
2 Lembrando de Jerusalém.
Pendurávamos os nossos instrumentos musicais,
As harpas e as liras, nos galhos dos salgueiros.
O povo volta a sua mente para um episódio que ocorreu
cerca de 200 anos antes: a queda e a destruição de Jerusalém pelo exercito babilônico.
Que culminou com o cativeiro da elite real, e dos técnicos artesãos e ferreiros
de Jerusalém. Boa parte da nação de Israel foi levada cativa. ISSO lembrava e
deixava mais vivo o sentimento de outro acontecimento histórico: a saída das
doze tribos do Egito e sua peregrinação de 40 anos pelo deserto no século XV
A.C. Esse era o motivo da celebração da festa dos tabernáculos. Relembrar que
os pais da nação habitaram em tendas e foram peregrinos durante quarenta anos. Esse
sentimento era equivalente à perda de Jerusalém na invasão babilônica.
As canções de Jerusalém eram exclusivas para a cidade.
A formosa cidade de Deus era a motivação de tão grande alegria daquele povo na
festa sagrada. Assim expressa o poeta:
3 E para aumentar nossa dor,
Os babilônios pediam para cantarmos as canções
alegres
Que faziam parte do culto em Jerusalém.
4 Mas como!
Como cantar os hinos dedicados ao Senhor nessa
terra estranha,
Onde os homens nos maltratam e castigam?
A CANÇÃO SE VOLTA PARA
JERUSALÉM.
A santa cidade torna-se o centro da celebração. Os
cantos de alegria retornam depois do momento de reflexão. O espirito
nacionalista do povo é aguçado. Todo povo em voz uníssona declara seu amor pela
morada do altíssimo, Jerusalém a cidade santa.
5 Se me esquecer de Jerusalém
Quero que minha mão direita fique seca
E incapaz de tocar a harpa.
6 Se não preferir Jerusalém a tudo que mais me
alegra,
Quero que minha língua fique presa
E nunca mais eu possa cantar.
O som da harpa se
mistura as vozes de júbilo. A canção torna-se em oração e o canto volta-se para
o Senhor e em tom de um espirito nacionalista efervescente o povo clama:
7 Ó Senhor,
Não deixes passar sem castigo
A maldade dos edomitas que
atacaram Jerusalém
Depois que a cidade foi destruída pelos exércitos de
Babilônia,
Dizendo: "Vamos arrasar tudo o que sobrou!".
O CANTO SE TORNA PROFÉTICO.
Alguém pode pensar que esse espirito bélico e de vingança era
uma forma de propagar o ódio pelos outros povos não Judeu. Porém entendam que
essa expressão é uma alusão as profecias de Ezequiel, conforme Ez 35. Esse
profeta viveu e profetizou durante o cativeiro da babilônia. E profetizou
exatamente as margens do rio Quebar, um dos rios da babilônia como citado no
verso 1. Ele
profetizou não só contra Edom, mas contra todas as nações da época. Sendo assim
a expressão acima se refere a todas as nações da época. Por isso o poeta
estende o julgamento divino a babilônia.
8 E você,
Babilônia, será completamente destruída!
Bendito seja o
homem que vingar as horríveis maldades que você cometeu contra Israel.
9 Bendito seja o
homem que atacar as pequenas cidades em volta de Babilônia
e destruir todas
elas!
Babilônia representa todo o
sistema corrompido e imoral daquela época. Assim o salmo torna-se escatológico.
Apontando para a esperança que o povo Judeu tinha que um dia Deus iria julgar
todas as nações, assim como julgou o seu próprio povo Israel.
Devemos entender esses últimos
versos como a esperança poética do Juízo vindouro sobre o mundo imoral e
profano.
Conclusão:
Relembrar um evento passado às vezes pode ser doloroso. Porém,
às vezes é necessário para dar significado ao presente e relembrar o futuro que
esta por vir. Essa era a intenção dessa canção festiva no festival das cabanas.
Fazer o povo refletir, não só sobre o passado, mas também sobre o futuro e que
Deus de Israel, que havia escolhido Jerusalém para sua santa morada, Um dia
iria julgar todas as nações do mundo devido a sua imoralidade e impiedade. Assim
como fizera com Jerusalém.
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