Salmo 126 - O festival da esperança em dias de
crise.
Salmo 126
1 QUANDO O SENHOR libertou os judeus da escravidão,
Nossa vida parecia um sonho!
2 Ríamos e cantávamos sem parar, de tanta alegria!
E muitas nações, por toda a
terra, reconheciam:
"Que grande milagre o
Senhor fez para os judeus!"
3 É verdade! O Senhor fez grandes milagres por nós,
E por isso estamos tão felizes!
4 Ó Senhor, enche novamente a nossa vida de bênçãos,
Como as chuvas do inverno
enchem os riachos secos do sertão, de Judá.
5 Quem planta as sementes chorando
Colherá as espigas com gritos
de alegria.
6 Quem sai com a cesta de sementes chorando enquanto anda,
Voltará carregado de feixes de
espigas, gritando de alegria!
Contexto histórico e data.
Esse salmo
muito provavelmente foi usado durante os festivais da colheita do povo de Israel,
pois encaixa perfeitamente nessa situação de culto a YaHWeH, dado os versos
4,5 e 6, que evidenciam uma situação de colheita. Na festa da colheita,
celebrava-se as bênçãos de Deus derramadas sobre a produção agrícola do ano
vigente conforme prescrevia a lei de Moisés (Ex 23,14-17). Essa festa era
precedida, 50 dias antes, pela festa das primícias. No novo testamento essa festa
ficou conhecida como a festa do pentecostes (festa dos 50 dias).
Devido a sua referencia ao retorno do cativeiro babilônico no verso 1, esse salmo muito provavelmente foi escrito próximo do ano 400 A.C., ou mesmo no período dos Macabeus. Sendo dessa forma um dos últimos salmos a ser escrito.
Apesar de a
poesia ter um tom inicial festivo e alegre, ela trata de uma realidade
desfavorável. A partir do verso 4, A situação real é revelada. Judá estava
passando por uma forte seca que provavelmente prejudicaria as colheitas. Mas o
salmista parece crer contra a esperança nesse salmo, pois ele confia que suas
lágrimas iriam irrigar toda a terra. Não que ele tivesse tantas lágrima para
tal, isto seria humanamente impossível, mas que o SENHOR atenderia as orações de seu
povo e transformaria as suas lágrimas em uma torrente de bênçãos sobre a terra
que estava seca.
Israel era
um povo que vivia essencialmente de sua produção agrícola. Principalmente
depois do cativeiro babilônico, pois a nação havia perdido sua autonomia
politica estando debaixo das ordens dos grandes impérios como persa, grego, selêucida
e romano. Eles dependiam quase que exclusivamente da agricultura. Um longo período
de falta de chuvas e seca, como é descrito no verso 4, trazia uma perspectiva
sombria e desoladora sobre aquele povo.
A lembrança de um milagre
recente.
O salmista
volta os olhos a um passado recente e contempla O grande milagre operado por
Deus, revelado ao profeta Jeremias (Jr 25.1-38). O povo de Judá passou 70 anos cativo na
babilônia, e havia retornado por um decreto real que ninguém esperava. Em 543 A.C.
a primeira leva de judeus retornou para Israel sob a liderança de Zorobabel
conforme Ed 5.14. Deus cumpriu a sua palavra e 43.360 judeus, sem contar os
servos, (Ed 2.64-65) retornaram
a sua pátria amada a fim de reconstruí-la. Entre setembro e outubro daquele
mesmo ano foi comemorada a festa dos tabernáculos, ou das primícias, por consequência
50 dias depois a festa das colheitas, Ed 3.1-5, festa que Originou esse lindo
salmo. Assim o poeta relembra esse fato em seu canto:
1 QUANDO O SENHOR libertou os judeus da escravidão,
Nossa vida parecia um sonho!
2 Ríamos e cantávamos sem parar, de tanta alegria!
E muitas
nações, por toda a terra, reconheciam:
"Que
grande milagre o Senhor fez para os judeus!"
Esse milagre
estava fresquinho na lembrança do povo. Um Deus que agiu de forma sobrenatural, entrando
no cenário da história, era digno de confiança. Era através desse milagre passado que o
salmista confiava que Deus mudaria o quadro da atual crise que o povo estava
vivendo.
A crise no presente do
salmista.
O salmo é
escrito de uma perspectiva presente, mas faz referencia a um passado que trazia
esperança para acreditar em um futuro de bênçãos, apesar de um presente nada
favorável. O poeta sabe usar sua fé para ver além do presente de crise e projetar
um futuro de bênçãos, Baseando em um passado em que pode ver a mão de Deus
operar de forma poderosa um milagre, mesmo que a situação fosse contrária.
Assim ele escreve:
3 É verdade! O Senhor fez grandes milagres por nós,
E por isso
estamos tão felizes!
Parece
paradoxal, mas ele afirma com todas as palavras “estamos felizes”. A crise
presente não foi capaz de roubar a alegria daquele povo durante a festa das primícias.
50 dias depois viria a festa das colheitas. Mas Parecia que as primeiras safras
não iram trazer uma colheita satisfatória para aquele fim ano e para o ano
seguinte. Assim o poeta exerce sua fé, sem perder a alegria e voltasse para o
Senhor e ora:
.
4 Ó Senhor, enche novamente a nossa vida de
bênçãos,
Como as
chuvas do inverno enchem os riachos secos do sertão, de Judá.
É na crença
que DEUS intervém na história do seu povo que o salmista pode expressar com
ousadia sua confiança.
Riso ou choro o que escolher?
Provavelmente
a alegria descrita no verso 3 não era unanimidade. Por isso o poeta conforta e
estimula o povo a crer em Deus E contrasta a tristeza presente com a alegria
passada, e com a alegria futura. Cantando em voz alta diante de todo o povo na
festa:
5 Quem planta as sementes chorando
Colherá as
espigas com gritos de alegria.
A através da
repetição de ideias paralelas, característica da poesia hebraica, o salmista reitera
sua confiança e canta:
6 Quem sai com a cesta de sementes chorando
enquanto anda,
Voltará
carregado de feixes de espigas, gritando de alegria!
Assim
termina essa linda poesia canção do festival da colheita de Israel. Um contrate
entre o choro presente e os risos que estavam por vim no futuro, e na mente a
lembrança de um milagre recente que atestava o cuidado de Deus pelo seu povo. O
verdadeiro festival da fé no tempo da crise.
Conclusão.
Esse belo
salmo nos ensina a olhar para o passado e ver os milagres que Deus tem feito em
nossas vidas. Nossas limitações humanas insistem em nos mostrar os fatos presentes
que anunciam um fracasso futuro. Porém Lembremo-nos das maravilhas que Deus fez
por nós. Devemos confiar e crer contra a esperança como fez Abraão.
O qual, em esperança, creu contra a
esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe
fora dito: Assim será a tua descendência.
E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
Romanos 4:18-21
E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
Romanos 4:18-21
A mão de Deus agirá em nosso favor e nos dará
a vitória futura que tanto desejamos. Deixemos o desespero, a desconfiança e
tristeza de lado e confiemos nas promessas divinas.
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Maravilha!!
ResponderExcluirÓtima explicação.
Fica na Paz