terça-feira, 28 de junho de 2016

Salmo 95 – Um convite a adoração com o coração quebrantado.

Salmo 95 – Um convite a adoração com o coração quebrantado.


1 Vinde, cantemos ao SENHOR;
    Jubilemos à rocha da nossa salvação.
2 Apresentemo-nos ante a sua face com louvores,
    E celebremo-lo com salmos.
3 Porque o Senhor é Deus grande,
   E Rei grande sobre todos os deuses.
4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra,
   E as alturas dos montes são suas.
5 Seu é o mar, e ele o fez,
   E as suas mãos formaram a terra seca.

6 Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos;
   Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.
7 Porque ele é o nosso Deus,
   E nós povo do seu pasto
   E ovelhas da sua mão.

   Se hoje ouvirdes a sua voz,
8 Não endureçais os vossos corações,
    Assim como na provocação
    E como no dia da tentação no deserto;
9 Quando vossos pais me tentaram,
   Me provaram, e viram a minha obra.
10 Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse:

É um povo que erra de coração,
E não tem conhecido os meus caminhos.

11 A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.



INTRODUÇÃO

O salmo 95 foi usado pelos judeus no pós cativeiro babilônico, nó século VI A.C. Mas especificamente era usado nos sábados. Quanto a data de sua composição é complicado definir. O Fenômeno do aparecimento da sinagoga no pós cativeiro, talvez tenha difundido o uso desse salmo, pois o escritor da epístola aos hebreus o cita para sua audiência em Hb 3.7-11. Tal referência na carta aos hebreus mostra o conhecimento público desse salmo.


O salmo 95 pode ser dividido em duas partes. Na primeira, que vai do verso 1 ao 7, um levita, ou coro de levitas, que convida o público presente em Jerusalém a louvar ao senhor. Na segunda parte alguém, provavelmente o mesmo levita, pronunciava um oráculo Divino, reproduzindo a vós divina, estimulando o público a uma adoração sincera e contrita.


INFORMAÇÕES:

DATA: desconhecida.
CONTEXTO HISTÓRICO: O salmo 95 era usado na celebração do sábado do Senhor após o cativeiro babilônico. Foi um salmo que tornou-se bastante conhecido devido ao aparecimento das sinagogas.
  

O SALMO


1° CONVITE A ADORAÇÃO


1 Vinde, cantemos ao SENHOR;
Jubilemos à rocha da nossa salvação.

                   Esse é o primeiro convite feito pelo mestre do canto, o levita responsável por liderar o louvor em Jerusalém. Ele descreve Deus como a rocha da salvação. O interessante é que Jerusalém estava construída sobre o monte Sião. No contexto de invasões militares feitas exclusivamente a pé, ter uma cidade erguida sobe um monte era uma estratégia de defesa. Mas o mestre do canto deixa claro: “O Senhor é a nossa verdadeira rocha da salvação”. O povo é convidado a louvar o Senhor pois ele é quem realmente protege o seu povo. Continua o mestre do canto:

2 Apresentemo-nos ante a sua face com louvores,
E celebremo-lo com salmos.
3 Porque o Senhor é Deus grande,
E Rei grande sobre todos os deuses.


               Estar em Jerusalém é como estar diante do rosto do Senhor. O Canto de louvor deve ser Apresentado diante do Senhor como uma oferta, pois ele é o verdadeiro Deus. Afirma o mestre do Canto “ele é Deus grande”. A palavra hebraica traduzida por grande é “gadowl”. A ideia que essa palavra passa é de alguém que se destaca das outras por um atributo físico notável, como Saul é descrito como o mais alto entre os jovens de sua época (1 Sm 9.2). Assim Deus se destaca acima dos outros deuses por seu atributo de Criador.

4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra,
E as alturas dos montes são suas.
5 Seu é o mar, e ele o fez,
E as suas mãos formaram a terra seca.

Deus destaca-se dos outros deuses pela a extensão do seu domínio, representada por sua mão que consegue alcançar os cantos mais profundos e mais altos da terra ao mesmo tempo, pois ele formou a terra. A extensão do seu grande poder é motivo de sobra para louvarmos ao Deus grande.


2° CONVITE A ADORAÇÃO.


O mestre do canto faz um segundo convite a plateia presente em Jerusalém:

6 Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos;
Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.
7 Porque ele é o nosso Deus,
E nós povo do seu pasto
E ovelhas da sua mão.

O Primeiro convite enfoca as qualidades notáveis de Deus, sua proteção e a extensão de seu poder. Agora, o segundo convite foca-se nas atitudes do adorador diante de um Deus tão notável. O Paralelo sinomico é perfeito nos verbos prostrar e ajoelhar. A justificativa é simples: “ele é o nosso Deus”. As mãos de Deus, que o destaca dos outros deuses, estão sobre o seu povo guiando e guardado.


O CONVITE FINAL A UMA ADORAÇÃO SINCERA E CONTRITA.


O mestre do canto se coloca na posição de Deus e emite um oráculo:

Se hoje ouvirdes a sua voz,
8 Não endureçais os vossos corações,
Assim como na provocação
E como no dia da tentação no deserto;
9 Quando vossos pais me tentaram,
Me provaram, e viram a minha obra.



A Oraculo divino adverte o povo, presente na assembleia do sábado, que a adoração a Deus deve ser seguida de reverencia e obediência a sua palavra. A sensibilidade do coração para ouvir o oráculo divino é o requisito básico para uma adoração sincera conforme adverte o mestre do canto. O louvor a Deus agora é seguido de profunda reflexão sobre as atitudes pessoais de cada adorador. O Exemplo negativo dos antepassados do povo de Israel é trazido à tona:


10 Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse:

É um povo que erra de coração,
E não tem conhecido os meus caminhos.

11 A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.


As palavras do oráculo divino se tornam duras, pois o Senhor diz claramente que suportou o povo por quarenta anos. O coração do povo era inconstante diante de IHWH. Por consequência eles não entraram na terra santa. Porém o povo a quem o oráculo divino foi dirigido tinha a oportunidade de estar em Jerusalém, o descanso do Senhor, a rocha que o Senhor escolhera para colocar seu nome. Está era uma oportunidade que não poderia ser jogada fora.


CONCLUSÃO


            É um privilégio está louvar ao Senhor na presença da sua face. O salmo 95 destaca isso. Jamais devemos nos esquecer disso e louva-lo com um coração sincero, contrito e submisso. Afim de não repetirmos os erros de Israel durante a sua peregrinação no deserto.

Tomai precaução, meus irmãos, para que ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus vivo.
Hebreus 3:12






Um comentário: