quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SALMO 90: AS LIÇÕES DO TEMPO!

SALMO 90: AS LIÇÕES DO TEMPO!



O salmo 90 inicia o quarto rolo dos salmos. Esse quarto rolo começa com o salmo 90 e termina no salmo 106 (um total de 17 salmos). É bom saber que esse rolo sofre a influência direta do período pós exílico ou pós cativeiro babilônico. Nesse período Israel não é mais uma nação autônoma, Mas esteve sobre o controle dos grandes impérios da antiguidade. Provavelmente quando esse rolo foi formado, Israel estivesse sobre o controle do Império medo-persa.
O salmo 90, que abre esse quarto rolo, traz uma reflexão sobre o Tempo. Essa reflexão sobre o tempo é dada em função de Deus e do homem. Enquanto para Deus o tempo o exalta e demostra o seu poder, para o homem o tempo é a demonstração clara de sua fragilidade. Assim é iniciado esse poema:

Senhor, tu és o nosso refúgio, sempre,
De geração em geração.
Antes de nascerem os montes
E de criares a terra e o mundo,
De eternidade a eternidade tu és Deus.
Fazes os homens voltarem ao pó,
Dizendo: "Retornem ao pó, seres humanos! "

De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem que passou,
Como as horas da noite.
Salmos 90:1-4


O TEMPO TRAZ SUA PRIMEIRA LIÇÃO: “DEUS É ETERNO O SER HUMANO É PASSAGEIRO!”.


O contraste é evidente e o tempo é testemunha dessa verdade. Nós seres humanos somos passageiros quando comparados a Deus em relação ao tempo. O Poeta continua demostrando ainda mais a fragilidade humana:

Como uma correnteza, tu arrastas os homens;
São breves como o sono;
São como a relva que brota ao amanhecer;
Germina e brota pela manhã,
Mas, à tarde, murcha e seca.
Salmos 90:5-6

Um parêntese é aberto nesse salmo e que na verdade reflete o período pós cativeiro que Israel estava passando. O elemento “ÍRA DIVINA” é introduzido nesse poema:

Somos consumidos pela tua ira
E aterrorizados pelo teu furor.
Conheces as nossas iniquidades;
Não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença.
Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor;
Vão-se como um murmúrio.
Salmos 90:7-9

Lembre-se que Israel estava passando por esse mal momento devido aos seus pecados. Israel pecou e estava colhendo os frutos de sua má semeadura. O cativeiro babilônico e a submissão ao império medo-persa eram consequências do pecado da nação de Israel que havia abandonado o SENHOR e seguido falsos deuses.

ASSIM O TEMPO TRAZ A SUA SEGUNDA LIÇÃO: “O TEMPO É TESTEMUNHA DAS NOSSAS ESCOLHAS ERRADAS!”.


Não adianta fugir ou se esconder uma hora ou outra os nossos erros sempre retornam para nós. É melhor reconhecer nossos pecados e assumir nossa fragilidade diante do Senhor como o poeta escreve:

Os anos de nossa vida chegam a setenta,
Ou a oitenta para os que têm mais vigor;
Entretanto, são anos difíceis
E cheios de sofrimento,
Pois a vida passa depressa,
E nós voamos!
Quem conhece o poder da tua ira?
Pois o teu furor é tão grande
Como o temor que te é devido.
Salmos 90:10-11

O senhor é muito poderosos e santo. Somos frágeis e pecadores, reconhecer isso é fundamental. O Homem não tem do que se gloriar. A verdadeira sabedoria está em reconhecer seu estado frágil e pecaminoso, reconhecendo juntamente o poder divino:

Ensina-nos a contar os nossos dias
Para que o nosso coração alcance sabedoria.
Salmos 90:12

Esse com certeza é verso mais conhecido desse salmo. “Contar os dias” significa reconhecer que nossa vida é passageira e tudo o que temos também é. Reconhecendo isso alcançaremos a verdadeira sabedoria que é prática e baseada no temor do Senhor.



Apesar do grande poder do Senhor e seu elevado padrão de santidade, ele é misericordioso. O ser humano pode recorrer a misericórdia do senhor quantas vezes for necessário e ele graciosamente atenderá o arrependido pecador. Partindo dessa verdade o poeta inicia o desfecho de seu poema.

Volta-te, Senhor!
Até quando será assim?
Tem compaixão dos teus servos!
Satisfaze-nos pela manhã com o teu amor leal,
E todos os nossos dias cantaremos felizes.
Salmos 90:13-14

ASSIM O TEMPO TRAZ SUA TERCEIRA LIÇÃO: “O TEMPO É TESTEMUNHA DA GRANDE MISERICÓDIA DO SENHOR!”

O salmo se enche de esperança e Israel pode crer que no tempo certo o senhor iria restituir sua glória passada ofuscada pelo pecado. O tom de lamento é abandonado e um tom de confiança e esperança ilumina o poema que é encerrado com uma oração sincera cheia de esperança:

Dá-nos alegria pelo tempo que nos afligiste,
Pelos anos em que tanto sofremos.
Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos,
E aos filhos deles o teu esplendor!
Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano.
Consolida, para nós, a obra de nossas mãos;
Consolida a obra de nossas mãos!

ASSIM PODEMOS ENTENDER A QUARTA E GRANDE LIÇÃO QUE O TEMPO NOS TRAZ: “O TEMPO É SERVO DE DEUS!”


 Como o poeta escreve as linhas finais em tom de esperança, crendo que no tempo certo Deus iria restituir o que foi perdido, da mesma forma devemos crer Que o SENHOR no tempo certo irá derramar de suas dadivas sobre as nossas vidas. O primeiro passo é reconhecer nossas limitações e expor os nossos pecados diante da sua face. Ele que é misericordioso no tempo certo Irá responder e restituir o que foi perdido.





segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Louvores ao cavaleiro da justiça: Aquele que cavalga nas nuvens! (SALMO 68.)

Louvores ao cavaleiro da justiça: Aquele que cavalga nas nuvens! (SALMO 68.)


Invocação a Jeová Sabaoth ( O SENHOR dos exércitos)

Que Deus se levante!
Sejam espalhados os seus inimigos,
Fujam dele os seus adversários.

Que tu os dissipes
Assim como o vento leva a fumaça;
Como a cera se derrete na presença do fogo,
Assim pereçam os ímpios na presença de Deus.

Alegrem-se, porém, os justos!
Exultem diante de Deus!
Regozijem-se com grande alegria!
Cantem a Deus,
Louvem o seu nome,
Exaltem aquele que cavalga sobre as nuvens;
Seu nome é Senhor!
Exultem diante dele!

Pai para os órfãos
 E defensor das viúvas
É Deus em sua santa habitação.
Deus dá um lar aos solitários,
Liberta os presos para a prosperidade,
Mas os rebeldes vivem em terra árida.

O grande General em batalha

Quando saíste à frente do teu povo, ó Deus,
Quando marchaste pelo ermo, Pausa
a terra tremeu, o céu derramou chuva
Diante de Deus, o Deus do Sinai,
Diante de Deus, o Deus de Israel.

Deste chuvas generosas, ó Deus;
Refrescaste a tua herança exausta.
O teu povo nela se instalou,
E da tua bondade, ó Deus,
Supriste os pobres.

O Senhor anunciou a palavra,
E muitos mensageiros a proclamavam:
"Reis e exércitos fogem em debandada;
A dona de casa reparte os despojos.

Mesmo quando vocês dormem
Entre as fogueiras do acampamento,
 As asas da minha pomba estão recobertas de prata,
 As suas penas, de ouro reluzente".

Quando o Todo-poderoso espalhou os reis,
Foi como neve no monte Zalmom.
Os montes de Basã são majestosos;
Escarpados são os montes de Basã.

Por que, ó montes escarpados,
Estão com inveja do monte que Deus escolheu para sua habitação,
Onde o próprio Senhor habitará para sempre?

Os carros de Deus são incontáveis,
Milhares de milhares;
Neles o Senhor veio do Sinai para o seu Lugar Santo.

Quando subiste em triunfo às alturas,
Levaste cativo muitos prisioneiros;
Recebeste homens como dádivas,
Até mesmo rebeldes,
Para estabeleceres morada,

ÓH Senhor Deus.
Bendito seja o Senhor, Deus,
Nosso Salvador,
Que cada dia suporta as nossas cargas. Pausa

O nosso Deus é um Deus que salva;
Ele é o Soberano Senhor que nos livra da morte.
Certamente Deus esmagará a cabeça dos seus inimigos,
O crânio cabeludo dos que persistem em seus pecados.



"Eu os trarei de Basã", Diz o Senhor,
 "eu os trarei das profundezas do mar,
Para que você encharque os pés no sangue dos inimigos,
 Sangue do qual a língua dos cães terá a sua porção. "

O retorno do grande General a sua cidade e desfile da vitória

Já se vê a tua marcha triunfal, ó Deus,
A marcha do meu Deus e Rei
Adentrando o santuário.
À frente estão os cantores,
 Depois os músicos;
Com eles vão as jovens tocando tamborins.

Bendigam a Deus na grande congregação!
Bendigam o Senhor, descendentes de Israel!

Ali está a pequena tribo de Benjamim,
A conduzi-los, os príncipes de Judá acompanhados de suas tropas,
E os príncipes de Zebulom e Naftali.

A favor de vocês, manifeste Deus o seu poder!
Mostra, ó Deus, o poder que já tens operado para conosco.

Por causa do teu templo em Jerusalém,
Reis te trarão presentes.
Repreende a fera entre os juncos,
A manada de touros entre os bezerros das nações.

Humilhados, tragam barras de prata.
Espalha as nações que têm prazer na guerra.
Ricos tecidos venham do Egito;
A Etiópia corra para Deus de mãos cheias.

Cantem a Deus, reinos da terra, louvem o Senhor, Pausa
àquele que cavalga os céus, os antigos céus.

Escutem!
Ele troveja com voz poderosa.
Proclamem o poder de Deus!
Sua majestade está sobre Israel,
Seu poder está nas altas nuvens.

Tu és temível no teu santuário, ó Deus;
É o Deus de Israel que dá poder e força ao seu povo.
 Bendito seja Deus!


COMENTÁRIO

                     Esse salmo é um hino de adoração no qual Deus é personificado através da figura de um grande rei general. Ele sai a frente de um poderoso exército e tem por missão conquistar os reinos ao seu redor, Espalhando a justiça por onde ele passar. O teor poético desse salmo pode ser sentido exatamente através dessa bela personificação quem tem por finalidade glorificar um Deus que é pessoal e tem interesse no sofrimento dos seus servos. Como rei ele tem interesse no bem estar dos seus súditos. Como forma de analisar esse lindo salmo, iremos dividi-lo de forma simples em três partes: Uma oração de invocação, O rei general em ação e a marcha célebre de retorno.


Uma oração de invocação.

Que Deus se levante!
Sejam espalhados os seus inimigos,
Fujam dele os seus adversários.

Assim começa esse belo poema, com uma oração sob a forma de louvor, no qual Deus é glorificado. O desejo do salmista é que o senhor levante-se do seu trono de poder e de forma atuante entre na história de seu povo e reverta o quadro desfavorável. E de cara, o salmista já anuncia a derrota certa dos opositores do povo de Deus.

Que tu os dissipes
Assim como o vento leva a fumaça;
Como a cera se derrete na presença do fogo,
Assim pereçam os ímpios na presença de Deus.

O justo já pela fé já pode celebrar a vitória que está por vir, pois o seu Senhor não perde em batalha. O canto desde já toma um tom que será referência do começo ao fim desse salmo.

Alegrem-se, porém, os justos!
Exultem diante de Deus!
Regozijem-se com grande alegria!
Cantem a Deus,
Louvem o seu nome,
Exaltem aquele que cavalga sobre as nuvens;
Seu nome é Senhor!
Exultem diante dele!

O senhor luta por todos e tem um apreço especial por aqueles que são desprezados e estão abandonados. Se você se encontra ou se sente nessa situação, anote na agenda do coração e tome nota do que o salmista afirma:

Pai para os órfãos
 E defensor das viúvas
É Deus em sua santa habitação.
Deus dá um lar aos solitários,
Liberta os presos para a prosperidade,
Mas os rebeldes vivem em terra árida.



O rei general em ação.



Podemos ver agora Deus em ação. Ele sai em marcha já vitoriosa. O seu povo é abençoado com uma chuva de bênçãos que se derrama sobre toda nação de Israel. Lembre-se que esse povo dependia da chuva para poder plantar e assim sobreviver. O deserto é inundado por uma maravilhosa chuva.

Quando saíste à frente do teu povo, ó Deus,
Quando marchaste pelo ermo, Pausa
a terra tremeu, o céu derramou chuva
Diante de Deus, o Deus do Sinai,
Diante de Deus, o Deus de Israel.

Deste chuvas generosas, ó Deus;
Refrescaste a tua herança exausta.
O teu povo nela se instalou,
E da tua bondade, ó Deus,
Supriste os pobres.


Deus envia seus arautos aos povos afim de proclamar o seu plano maravilhoso de conquistar toda a terra. Desesperados os seus inimigos fogem só pelo poder da palavra Deus. A fama de Deus é tão tremenda que as donas de casas das nações inimigas já preparam suas casas e arrumam o saque. O exercito de Deus não trabalho nem um em guerrear, simplesmente chegam e já encontram os objetos da cidade inimiga prontos e embrulhados para serem levados como despojos. Quando Deus está na frente fica bem mais fácil.

O Senhor anunciou a palavra,
E muitos mensageiros a proclamavam:
"Reis e exércitos fogem em debandada;
A dona de casa reparte os despojos.

Geralmente o exército é quem zela pela segurança de seu rei. Mais aqui vemos um fato curioso. O exército dorme de forma aconchegante aquecidos por fogueiras em quanto o rei é quem toma conta do exército. O povo de Deus pode repousar e descansar como uma pomba em sua simplicidade. O exército de Deus dorme tranquilo e o SENHOR passeia entre seu exército e contempla a beleza de seu povo como uma pomba recoberta de prata e ouro.

Mesmo quando vocês dormem
Entre as fogueiras do acampamento,
 As asas da minha pomba estão recobertas de prata,
 As suas penas, de ouro reluzente".


 A prosperidade do povo de Deus desperta a inveja das nações vizinhas. Jerusalém mais uma vez é alvo da inveja cobiçosa das nações que tentam a destruir.

Quando o Todo-poderoso espalhou os reis,
Foi como neve no monte Zalmom.
Os montes de Basã são majestosos;
Escarpados são os montes de Basã.

Por que, ó montes escarpados,
Estão com inveja do monte que Deus escolheu para sua habitação,
Onde o próprio Senhor habitará para sempre?



Mas o rei general é muito poderoso, ninguém jamais poderá destruí-lo e nem ninguém resistirá ao seu exército:

Os carros de Deus são incontáveis,
Milhares de milhares;
Neles o Senhor veio do Sinai para o seu Lugar Santo.


Podemos ter uma visão profética da obra redentora de Jesus. Ele triunfou e conquistou para si as almas dos homens, assim como um rei general que invade uma nação inimiga e toma o povo da cidade com escravos afim de que o sirvam na capital de seu reino.  

Quando subiste em triunfo às alturas,
Levaste cativo muitos prisioneiros;
Recebeste homens como dádivas,
Até mesmo rebeldes,
Para estabeleceres morada,


Jesus é o único que tem o poder de livrar da morte e do poder do pecado:

ÓH Senhor Deus.
Bendito seja o Senhor, Deus,
Nosso Salvador,
Que cada dia suporta as nossas cargas. Pausa

O nosso Deus é um Deus que salva;
Ele é o Soberano Senhor que nos livra da morte.
Certamente Deus esmagará a cabeça dos seus inimigos,
O crânio cabeludo dos que persistem em seus pecados.


A marcha célebre e o retorno triunfante do Rei a Jerusalém.

Agora o rei general retorna a capital de seu reino é recebido por um cortejo de levitas cantores que celebram a vitória às portas da cidade santa.

Já se vê a tua marcha triunfal, ó Deus,
A marcha do meu Deus e Rei
Adentrando o santuário.
À frente estão os cantores,
 Depois os músicos;
Com eles vão as jovens tocando tamborins.

Bendigam a Deus na grande congregação!
Bendigam o Senhor, descendentes de Israel!

Quatro das três tribos de Israel podem ser contempladas nesse cortejo célebre e festivo e Judá como sempre encabeça o exército do povo de Deus.

Ali está a pequena tribo de Benjamim,
A conduzi-los, os príncipes de Judá acompanhados de suas tropas,
E os príncipes de Zebulom e Naftali.

A favor de vocês, manifeste Deus o seu poder!
Mostra, ó Deus, o poder que já tens operado para conosco.


Assim o canto vai se encerrando apontando para o milênio no qual cristo reinará de seu trono em Jerusalém e o mundo inteiro o servirá.

Por causa do teu templo em Jerusalém,
Reis te trarão presentes.
Repreende a fera entre os juncos,
A manada de touros entre os bezerros das nações.

Humilhados, tragam barras de prata.
Espalha as nações que têm prazer na guerra.
Ricos tecidos venham do Egito;
A Etiópia corra para Deus de mãos cheias.

Cantem a Deus, reinos da terra, louvem o Senhor, Pausa
àquele que cavalga os céus, os antigos céus.


Este lindo canto poema termina com nada menos que um convite a adoração ao santo e grande rei general de Israel. Ele é poderoso e sua glória deve ser anunciada pois ele é quem sustenta o seu povo.

Escutem!
Ele troveja com voz poderosa.
Proclamem o poder de Deus!
Sua majestade está sobre Israel,
Seu poder está nas altas nuvens.

Tu és temível no teu santuário, ó Deus;
É o Deus de Israel que dá poder e força ao seu povo.
 Bendito seja Deus!


quarta-feira, 18 de junho de 2014

UM POEMA NA DOENÇA. (SALMO 39)

UM POEMA NA DOENÇA. (SALMO 39)


Eu disse:
Vigiarei a minha conduta
e não pecarei em palavras;
porei mordaça em minha boca
enquanto os ímpios estiverem na minha presença.

Enquanto me calei resignado,
e me contive inutilmente,
minha angústia aumentou.

Meu coração ardia-me no peito e,
enquanto eu meditava,
o fogo aumentava;

então comecei a dizer:

Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida
e o número dos meus dias,
para que eu saiba quão frágil sou.

Deste aos meus dias o comprimento de um palmo;
a duração da minha vida é nada diante de ti.
De fato, o homem não passa de um sopro. Pausa

Sim, cada um vai e volta como a sombra.
Em vão se agita,
amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.

Mas agora, Senhor,
que hei de esperar?
Minha esperança está em ti.

Livra-me de todas as minhas transgressões;
não faças de mim um motivo de zombaria dos tolos.

Estou calado!
Não posso abrir a boca,
pois tu mesmo fizeste isso.

Afasta de mim o teu açoite;
fui vencido pelo golpe da tua mão.
Tu repreendes e disciplinas o homem
por causa do seu pecado;

como traça destróis o que ele mais valoriza;
de fato, o homem não passa de um sopro. Pausa

Ouve a minha oração, Senhor;
escuta o meu grito de socorro;
não sejas indiferente ao meu lamento.

Pois sou para ti um estrangeiro,
como foram todos os meus antepassados.
Desvia de mim os teus olhos,
para que eu volte a ter alegria,
antes que eu me vá e deixe de existir.



Este salmo é um poema que trata da fragilidade da natureza humana. Ele tenta conduzir o leitor a uma autorreflexão. Sua epigrafe faz referência de como esse salmo deveria ser cantado (essa epigrafe é parte integrante do salmo como pode ser visto na septuaginta, sendo o 1º versículo desse salmo). Ele deveria ser entoado ao estilo de Jedutum, ou seja, deveria ser solado por jedutum, que era conhecido como o “profeta de Davi” (2 Cr 35.15), ou o porta voz de Davi. Jedutum o grande solista do rei Davi tinha a incumbência de traduzir e interpretar este salmo que para nós hoje junto com o salmos 38, 40 e 41 são conhecidos como os salmos da doenças. 

É possível perceber através desse salmo que Davi estava passando por uma doença e que se Vê a beira da morte.
 O grande servo do Senhor se viu desamparado no leito de sua enfermidade. Aquele que era reconhecido como um homem de fé estava prostrado de cama. Isso foi um prato cheio para que seus inimigos tecessem comentários, duvidando da sua fé. Assim ele introduz os primeiros versos do seu Poema:

“Eu disse:
Vigiarei a minha conduta
e não pecarei em palavras;
porei mordaça em minha boca
enquanto os ímpios estiverem na minha presença.”
Salmos 39:1

Davi se viu em uma encruzilhada. Como falar dos feitos de seu Senhor e Deus se o próprio Davi estava enfermo e o seu Senhor não Fazia nada, aparentemente, por ele. Davi seria motivo de escarnio pelos ímpios que não entendia o trabalhar de Deus na vida dele. Assim Davi prefere emudecer diante daquela comitiva de reis pagãos que vieram visitá-lo  em sua enfermidade. Ele completa no verso seguinte expressando outra grande frustração:


“Enquanto me calei resignado,
e me contive inutilmente,
minha angústia aumentou.”
Salmos 39:2

Aquela atitude que parecia a postura correta, ficar calado e se omitir, na verdade só piorou a situação. Angustia de Davi só aumentou. Ele descreve esse sentimento no verso três.

“Meu coração ardia-me no peito
e, enquanto eu meditava,
o fogo aumentava;

então comecei a dizer:”
Salmos 39:3

Ele descobriu que não deveria ficar calado, deixando a amargura tomar conta de seu coração, mas deveria expor sua angustia e seus sentimentos interior, ele conclui que deveria gritar e clamar. Não aos reis ímpios que estavam ao seu redor, contemplando o em sua enfermidade, Mas gritar e chamar por aquele que realmente o podia ajudar. Assim ele começa sua oração ao Senhor:

“Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida
e o número dos meus dias,
para que eu saiba quão frágil sou.

Deste aos meus dias o comprimento de um palmo;
a duração da minha vida é nada diante de ti.
De fato, o homem não passa de um sopro.”
Salmos 39:4-5

Ele dá início à o seu clamor expondo a sua fragilidade ao senhor. Essa é a primeira grande tônica deste salmo: A fragilidade e a fugacidade do ser humano. O ser humano é uma criatura passageira como qualquer outra do mundo. A vida é curta, como um palmo, medição dada pelas mãos do supremo criador. Assim em seu leito reflete sobre a brevidade de seus.

O solo de Jedutum, reflete bem o caráter auto reflexivo desse salmo.


Davi passa a meditar sobre os pensamentos vãos do ser humano que passa boa parte da vida procurando juntar riquezas, ficando ansioso e preocupado, mas na verdade ele mesmo não aproveitaria as riquezas que ele lutou tanto para juntar:


Sim, cada um vai e volta como a sombra.
Em vão se agita,
amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.
Salmos 39:6

Mas qual deveria ser a esperança de Davi nesta vida, visto que sua vida passaria rapidamente? Ele questiona e ele mesmo responde:

Mas agora, Senhor,
que hei de esperar?
Minha esperança está em ti.
Salmos 39:7

A esperança dele era o senhor. A fé no Deus vivo é quem o guiava nesta vida Fugaz. Após demostrar sua grande fé ele introduz a segunda grande tônica desse salmo: “Deus aproveita a situação de sofrimento do ser humano para a aperfeiçoa-lo.”

Livra-me de todas as minhas transgressões;
não faças de mim um motivo de zombaria dos tolos.

Estou calado!
Não posso abrir a boca,
pois tu mesmo fizeste isso.

Afasta de mim o teu açoite;
fui vencido pelo golpe da tua mão.
Tu repreendes e disciplinas o homem
por causa do seu pecado;

como traça destróis o que ele mais valoriza;
de fato, o homem não passa de um sopro. Pausa
Salmos 39:8-11

O primeiro passo dado por Davi foi reconhecer a sua natureza pecaminosa. Reconhecer que ele errou foi o passo dado por Davi para a cura de seu caráter. Mas do que a cura física, Davi antes de tudo, precisava da cura interior manifesta em seu caráter.

O poema aproxima-se de seu fim abrindo alas para o terceiro salmo da “quadrilogia dos salmos da doença”, o salmo de número 40.

Ouve a minha oração, Senhor;
escuta o meu grito de socorro;
não sejas indiferente ao meu lamento.
Pois sou para ti um estrangeiro,
como foram todos os meus antepassados.

Desvia de mim os teus olhos,
para que eu volte a ter alegria,
antes que eu me vá e deixe de existir.
Salmos 39:12-13


Se você pensa que esse salmo encerra o pensamento poético do rei Davi está profundamente enganado. O Salmo 40 é a resposta dada ao salmo 39. O salmista canta a alegria de ter sido curado pelo senhor. Leia o salmo 40 para ter uma ideia completa dos salmo 38 e 39.