SALMO 90:
AS LIÇÕES DO TEMPO!
O salmo 90
inicia o quarto rolo dos salmos. Esse quarto rolo começa com o salmo 90 e
termina no salmo 106 (um total de 17 salmos). É bom saber que esse rolo sofre a
influência direta do período pós exílico ou pós cativeiro babilônico. Nesse período
Israel não é mais uma nação autônoma, Mas esteve sobre o controle dos grandes
impérios da antiguidade. Provavelmente quando esse rolo foi formado, Israel
estivesse sobre o controle do Império medo-persa.
O salmo 90, que
abre esse quarto rolo, traz uma reflexão sobre o Tempo. Essa reflexão sobre o
tempo é dada em função de Deus e do homem. Enquanto para Deus o tempo o exalta
e demostra o seu poder, para o homem o tempo é a demonstração clara de sua
fragilidade. Assim é iniciado esse poema:
Senhor, tu és o nosso refúgio, sempre,
De geração em geração.
Antes de nascerem os montes
Antes de nascerem os montes
E de criares a terra e o mundo,
De eternidade a eternidade tu és Deus.
Fazes os homens voltarem ao pó,
Fazes os homens voltarem ao pó,
Dizendo: "Retornem ao pó, seres humanos! "
De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem que
passou,
O
TEMPO TRAZ SUA PRIMEIRA LIÇÃO: “DEUS É ETERNO O SER HUMANO É PASSAGEIRO!”.
O contraste
é evidente e o tempo é testemunha dessa verdade. Nós seres humanos somos passageiros
quando comparados a Deus em relação ao tempo. O Poeta continua demostrando ainda
mais a fragilidade humana:
Como
uma correnteza, tu arrastas os homens;
São
breves como o sono;
São
como a relva que brota ao amanhecer;
Germina
e brota pela manhã,
Um parêntese
é aberto nesse salmo e que na verdade reflete o período pós cativeiro que
Israel estava passando. O elemento “ÍRA DIVINA” é introduzido nesse poema:
Somos
consumidos pela tua ira
E
aterrorizados pelo teu furor.
Conheces as nossas iniquidades;
Conheces as nossas iniquidades;
Não
escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença.
Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor;
Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor;
Lembre-se
que Israel estava passando por esse mal momento devido aos seus pecados. Israel
pecou e estava colhendo os frutos de sua má semeadura. O cativeiro babilônico e
a submissão ao império medo-persa eram consequências do pecado da nação de Israel
que havia abandonado o SENHOR e seguido falsos deuses.
ASSIM
O TEMPO TRAZ A SUA SEGUNDA LIÇÃO: “O TEMPO É TESTEMUNHA DAS NOSSAS ESCOLHAS
ERRADAS!”.
Não
adianta fugir ou se esconder uma hora ou outra os nossos erros sempre retornam
para nós. É melhor reconhecer nossos pecados e assumir nossa fragilidade diante
do Senhor como o poeta escreve:
Os
anos de nossa vida chegam a setenta,
Ou
a oitenta para os que têm mais vigor;
Entretanto,
são anos difíceis
E
cheios de sofrimento,
Pois
a vida passa depressa,
E
nós voamos!
Quem
conhece o poder da tua ira?
Pois
o teu furor é tão grande
O senhor é muito poderosos e
santo. Somos frágeis e pecadores, reconhecer isso é fundamental. O Homem não tem
do que se gloriar. A verdadeira sabedoria está em reconhecer seu estado frágil
e pecaminoso, reconhecendo juntamente o poder divino:
Ensina-nos
a contar os nossos dias
Esse com
certeza é verso mais conhecido desse salmo. “Contar os dias” significa reconhecer
que nossa vida é passageira e tudo o que temos também é. Reconhecendo isso alcançaremos
a verdadeira sabedoria que é prática e baseada no temor do Senhor.
Apesar do
grande poder do Senhor e seu elevado padrão de santidade, ele é misericordioso.
O ser humano pode recorrer a misericórdia do senhor quantas vezes for necessário
e ele graciosamente atenderá o arrependido pecador. Partindo dessa verdade o
poeta inicia o desfecho de seu poema.
Volta-te,
Senhor!
Até
quando será assim?
Tem
compaixão dos teus servos!
Satisfaze-nos
pela manhã com o teu amor leal,
ASSIM O TEMPO TRAZ SUA TERCEIRA
LIÇÃO: “O TEMPO É TESTEMUNHA DA GRANDE MISERICÓDIA DO SENHOR!”
O
salmo se enche de esperança e Israel pode crer que no tempo certo o senhor iria
restituir sua glória passada ofuscada pelo pecado. O tom de lamento é
abandonado e um tom de confiança e esperança ilumina o poema que é encerrado
com uma oração sincera cheia de esperança:
Dá-nos
alegria pelo tempo que nos afligiste,
Pelos
anos em que tanto sofremos.
Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos,
Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos,
E
aos filhos deles o teu esplendor!
Esteja
sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano.
Consolida,
para nós, a obra de nossas mãos;
Consolida
a obra de nossas mãos!
ASSIM
PODEMOS ENTENDER A QUARTA E GRANDE LIÇÃO QUE O TEMPO NOS TRAZ: “O TEMPO É SERVO
DE DEUS!”
Como o poeta escreve as linhas finais em tom
de esperança, crendo que no tempo certo Deus iria restituir o que foi perdido,
da mesma forma devemos crer Que o SENHOR no tempo certo irá derramar de suas
dadivas sobre as nossas vidas. O primeiro passo é reconhecer nossas limitações
e expor os nossos pecados diante da sua face. Ele que é misericordioso no tempo
certo Irá responder e restituir o que foi perdido.
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