segunda-feira, 5 de outubro de 2015

SALMO 26: Uma vida inteiramente dedicada a Deus.

SALMO 26: Uma vida inteiramente dedicada a Deus.

Julga-me, SENHOR,
Pois tenho andado em minha sinceridade;
Tenho confiado também no SENHOR;
Não vacilarei.

Examina-me, Senhor,
E prova-me;
Esquadrinha os meus rins
E o meu coração.

Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos;
E tenho andado na tua verdade.
Não me tenho assentado com homens vãos,
Nem converso com os homens dissimulados.
Tenho odiado a congregação de malfeitores;
Nem me ajunto com os ímpios.

Lavo as minhas mãos na inocência;
E assim andarei, Senhor,
Ao redor do teu altar.
Para publicar com voz de louvor,
E contar todas as tuas maravilhas.

Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa
E o lugar onde permanece a tua glória.
Não apanhes a minha alma com os pecadores,
Nem a minha vida com os homens sanguinolentos,
Em cujas mãos há malefício,
E cuja mão direita está cheia de subornos.
Mas eu ando na minha sinceridade;
Livra-me e tem piedade de mim.

O meu pé está posto em caminho plano;
Nas congregações louvarei ao Senhor.
Salmos 26:1-12



EXPOSIÇÃO


A história do Israel bíblico confunde-se com a história de sua religião. Para um Israelita do período alcançando pelo antigo testamento não havia divisão entre vida religiosa e vida social como é comum entre muitos cristão nos dias atuais. Não havia laicismo. A vida religiosa e a vida social se entrelaçavam de tal maneira que era difícil distinguir uma da outra. O Salmo 26 é uma prova do que estamos comentando. Nesse salmo não há dicotomia ou polarização entre a vida social e a vida religiosa, Mas ambas estão unidas em uma só. Essa é a vida do adorador de YHWH, o Senhor.  O Senhor bem conhece a vida de um verdadeiro servo seu. Assim o salmista declara com muita fé:

Julga-me, SENHOR,
Pois tenho andado em minha sinceridade;
Tenho confiado também no SENHOR;
Não vacilarei.

“Jugar” no contexto significa verificar de forma objetiva, observar. O salmista tem confiança e fé que Deus conhecia sua sinceridade e integridade na sua maneira de viver. Assim ele continua e repete a ideia inicial através do paralelismo, primeiro sinomico, depois sintético:

Examina-me, Senhor,
E prova-me;
Esquadrinha os meus rins
E o meu coração.

O argumento do salmista é simples. É impossível negar a bondade do Senhor:

Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos;
E tenho andado na tua verdade.

Por consequência dessa bondade de YHWH, o salmista sentia-se agradecido e sua vida moral integra era a forma que ele tinha para expressar essa gratidão:

Não me tenho assentado com homens vãos,
Nem converso com os homens dissimulados.
Tenho odiado a congregação de malfeitores;
Nem me ajunto com os ímpios.

A fórmula do salmista é bastante simples, toda sua vida moral era uma forma de agradecer as beneficências do Senhor. Essa fórmula não caiu em desuso. Pelo contrário ainda está em voga e é bastante simples para qualquer cristão contemporâneo. Continua o salmista, numa das expressões mais belas desse salmo: 

Lavo as minhas mãos na inocência;
E assim andarei, Senhor,
Ao redor do teu altar.

Andar no contexto que o salmo oferece significa “maneira de viver”. Parafraseando o texto temos: “viverei a minha vida como que vive ao redor do teu altar”. O altar do senhor é um lugar de santidade, sacrifício e devoção. O salmista declara que no centro das suas escolhas e de seu modo de viver está o altar do Senhor. Tal declaração é fascinante. Ter uma vida que, em todos os sentidos da palavra, que orbita em torno do altar de YHWH, como um satélite que orbita ao redor do astro rei, refletindo o seu brilho. Assim o salmista continua:

Para publicar com voz de louvor,
E contar todas as tuas maravilhas.

A palavra publicar é usada para traduzir a palavra hebraica “sãmá”. Essa raiz no hebraico tem várias conotações e poder ser traduzida de forma literal como ouvir ou apregoar. Mas essa palavra traz também a extensão semântica "de uso de inteligência", como ouvir com atenção, ou fazer um proclamação em meio a uma assembleia pública de forma clara e objetiva. Mas a raiz “sãmá” e complementada com a expressão “qôl tôdhãh”, traduzida como "voz de louvor", Mas traduzida Literalmente diz: “uma confissão em voz alta”. “qôl” significa voz alta ou um barulho com a finalidade de atrair a atenção. “todhãh” tem sentido literal de uma confissão pública e sentido figurado de louvor. O tradutor do texto que nós escolhemos optou por uma tradução figurada dessa expressão. Porém ela poderia ser traduzida literalmente como “confissão pública”. Em sua raiz, também está a ideia de uma manifestação visível e prática, como o ato de estender as mãos num culto de adoração pulblica, Ou seja, tornar visível o louvor. Assim o salmista manifesta através de sua vida a gloria do Senhor. Não através de uma simples crença religiosa. Mas através de uma confissão diária mediante de seus atos e de sua vida cotidiana. Um som de louvor que emerge através de seu comportamento integro e sincero diante do Senhor.  

Ele continua e faz uma declaração de amor ao santo templo.

Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa
E o lugar onde permanece a tua glória.

Ele declara o seu amor ao templo, porque lá estava a gloria do Senhor. A presença que o fortalece moralmente para viver uma vida integra diante de YHWH.

O salmista clama para que o Senhor tenha misericórdia de sua alma e não a confunda com a dos pecadores.

Não apanhes a minha alma com os pecadores,
Nem a minha vida com os homens sanguinolentos,
Em cujas mãos há malefício,
E cuja mão direita está cheia de subornos.
Mas eu ando na minha sinceridade;
Livra-me e tem piedade de mim.

              O salmista conclui a canção da integridade declarando que seus caminhos estão aplainados, não á desvios.

O meu pé está posto em caminho plano;
Nas congregações louvarei ao Senhor.

A conclusão desse salmo mostra mais uma vez que não havia dicotomia entre a vida social e sua vida religiosa. Perceba o paralelo final que ele faz entre o “seu caminho” e “as congregações do Senhor”. Congregações aqui significa festividades religiosas, como a pascoa ou a festa dos tabernáculos. Festas de cunho tanto religioso como social. A vida do verdadeiro adorador do Senhor e servo seu não pode ter polarização entre vida social e religiosa. Vida particular e espiritual, vida no trabalho e vida na igreja. Mas a vida do cristão deve ser plena e centrada no altar de Deus.  Que o Senhor nos ajude a ter uma vida integralmente consagrada a ele onde quer que estejamos.

Salmos  explicação salmo contexto histórico estudo pregação devocional Davi livro dos salmos introdução salmos 


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Salmo 113 - Louvando e reconhecendo a bondade de Deus.

Salmo 113 - Louvando e reconhecendo a bondade de Deus.

Prólogo: O convite a adoração.

1 Aleluia! Louvem, ó servos do Senhor,
Louvem o nome do Senhor!
2 Seja bendito o nome do Senhor,
Desde agora e para sempre!
3 Do nascente ao poente,
Seja louvado o nome do Senhor!

A soberania do Senhor sobre as nações

4 O Senhor está exaltado acima de todas as nações;
E acima dos céus está a sua glória.
5 Quem é como o Senhor, o nosso Deus,
Que reina em seu trono nas alturas,
6 mas se inclina para contemplar
O que acontece nos céus e na terra?

A fé que Deus erguerá novamente o seu povo.

7 Ele levanta do pó o necessitado
E ergue do lixo o pobre,
para fazê-los sentar-se com príncipes,
Com os príncipes do seu povo.
9 Dá um lar à estéril,
E dela faz uma feliz mãe de filhos.
Aleluia!



Introdução:

Esse salmo tem um forte apelo coletivo. Ele está diretamente relacionado com louvor coletivo no período dos pós exílio, século IV A.C. Embora o uso do tetragrama, no Original hebraico, YHWH, o relacione a tradição Javista. O que indica que sua origem remonte antes do cativeiro, provavelmente ao início do período monárquico. Porém a expressão final, aleluia, sugere uma edição posterior, muito provavelmente no pós exilio. Observe o fim dos salmos 115, 116, 117, Aparentemente a expressão “louvai ao senhor”, ou Aleluia em algumas versões,  foi colocada propositalmente com o fim de dá unidade a esses salmos. A posição que o salmo 113 se encontra, dá a entender que o editor o colocou aí devido a uso frequente da palavra “aleluia”, ou louvai ao Senhor”, em seu texto. Percebe-se que os salmos que o precedem e os que o sucedem também usam com frequência a expressão “louvai ao Senhor”, ou aleluia. Expositores e comentaristas do livro dos salmos costumam fazer referência a uma tradição que classifica os salmos de 113 a 118 como o HALLEL SAGRADO. Segundo essa tradição esses salmos eram cantados no período dá pascoa judaica, pelos judeus. Muito provavelmente Jesus tenha cantado esses salmos depois da última ceia.

Por seu forte tom coletivo, podemos entende-lo como um salmo que teve por finalidade promover a unidade do Israel, mediante a fé em YHWH. Exaltando o Deus de Israel sobre as nações que, após o cativeiro babilônico, viam Israel acabado e falido como nação. Mas o Deus de Israel está acima de todas as nações.  O exemplo do pobre que é erguido e o dá mulher estéril abençoada por YHWH deixa claro que o Senhor cuida de cada um dos seus, tanto no sentido pessoal, como no sentido coletivo. Ele também ergueria Israel novamente como um grande reino. O vocativo coletivo no louvor deve ser entendido também como um vocativo nacional. A chamada para o louvor pedia como resposta não só corações gratos ao Senhor por sua bondade, Mas também pedia como resposta a fé que Deus restauraria seu povo como uma nação, pois ele cuida dos pobres e necessitados.


 Comentário.

O salmo inicia com uma chamada coletiva ao louvar ao senhor:

1 Aleluia! Louvem, ó servos do Senhor,
Louvem o nome do Senhor!

O nome sagrado de Deus YHWH está ligado diretamente a sua natureza. Esse nome revela Deus como aquele auto suficiente e é eterno. Os que seguem os preceitos modernos do judaísmo o costumam o substituir pela expressão “O ETERNO”. Por servos do senhor entenda no contexto do pós cativeiro babilônico, todo o povo de Israel presente nas festas sagradas. Todos no santo ajuntamento são convidados a reconhecer a natureza divina revelada em seu nome:

2 Seja bendito o nome do Senhor,
Desde agora e para sempre!

De forma continuada e por toda eternidade o nome do Senhor deve ser louvado. O poeta é bem pragmático quando usa o paralelismo para indicar o tempo que o nome do senhor deveria ser louvado:

3 Do nascente ao poente,
Seja louvado o nome do Senhor!

Ou seja, o dia inteiro o nome do Senhor deveria ser louvado pelo seu povo.
        O salmo começa agora a revelar seu propósito editatorial que era revelar a soberania do senhor sobre todas as noções que cercavam e oprimiam o povo de Deus após o cativeiro babilônico.

4 O Senhor está exaltado acima de todas as nações;
E acima dos céus está a sua glória.

Perceba a partir de agora que o salmo começa a tomar um discurso nacionalista. O Senhor é o verdadeiro rei de Israel e não um rei pagão. Pois o Senhor está acima de todas as nações, governando a terra, e sua glória é transcendente não se limitando a terra, mas estendendo-se até os céus. Mas apesar de transcendente ele olha e vê as aflições de seu povo. Ele podia ver o clamor e o sofrimento do Israel pós exilado.

5 Quem é como o Senhor, o nosso Deus,
Que reina em seu trono nas alturas,
6 mas se inclina para contemplar
O que acontece nos céus e na terra?

YHWH não é como os soberanos e reis da terra que não estão nem aí para os sofrimento de seus súditos mais oprimidos. Mas ele se projeta do seu trono, dedicando uma atenção especial pelo pobre e por todo aquele que passa por angustias.

7 Ele levanta do pó o necessitado
E ergue do lixo o pobre,
Para fazê-los sentar-se com príncipes,
Com os príncipes do seu povo.
9 Dá um lar à estéril,
E dela faz uma feliz mãe de filhos.
Aleluia!

YHWH não é só transcendente em toda sua glória, mas também é imanente. Ele não só contempla o sofrimento de cada pessoa, mas também age em favor. O texto deixa claro ele mesmo “levanta do pó o necessitado” e “dá a estéril um lar”. A palavra hebraica traduzida por inclinar-se ou curva-se é “saphel” que significa humilhar-se, rebaixar-se, afundar ou ser nivelado por baixo. A ideia no contexto é se tornar participante da humilhação do pobre. Que Rei na terra seria capaz de tomar parte no sofrimento dos seus súditos? Ninguém. Só mesmo o Senhor é capaz de se identificar com o sofrimento de seu povo e tomar para si mesmo essa aflição.

Muitos abrem um debate teológico sobre quem é a mulher que o salmista faz referência no texto. Seria Ana ou sara? Muitos erram ao fazer essa pergunta por não ler o salmo dentro de seu sentido nacionalista. A chamada inicial no verso 1 é para todo Israel, o verso 4 deixa claro que o Senhor está à frente de todas as nações e observando o contexto pois exilio, podemos declarar que A mulher estéril é toda a nação de Israel que passava por uma crise nacional. O povo de Deus confiava na restauração que o senhor faria. O povo de Deus é o necessitado lançado ao pó, Mas Deus o levantará e o restaurará entre as outras nações.

O acréscimo do editor do período pós babilônico encerra esse salmo com igual convite que o abriu “Aleluia” ou “louvai o Senhor”.


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quarta-feira, 15 de julho de 2015

SALMO 2: A recitação da peça real - A posse do rei.


SALMO 2 - A recitação da peça real: A posse do novo rei.


O Salmo:

A multidão em expectativa grita:

Por que se amotinam os gentios,
E os povos imaginam coisas vãs?

Os reis da terra se levantam
E os governos consultam juntamente contra o Senhor
E contra o seu ungido, dizendo:
Rompamos as suas ataduras,
E sacudamos de nós as suas cordas.

O Sumo sacerdote intervém acalmando a multidão:

Aquele que habita nos céus se rirá;
O Senhor zombará deles.
Então lhes falará na sua ira,
E no seu furor os turbará.

Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião

O Sumo sacerdote recita a súmula de posse:

Proclamarei o decreto:

O Senhor me disse: Tu és meu Filho,
                                    Eu hoje te gerei.

Pede-me, e eu te darei os gentios por herança,
E os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro;
Tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.

A multidão extasiada Levanta a voz reconhecendo o novo rei:

Agora, pois, ó reis, sede prudentes;
Deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire,
E pereçais no caminho,

Quando em breve se acender a sua ira;
Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
Salmos 2:1-12

COMENTÁRIO



O salmo 2 faz parte de uma peça real de salmos junto com os salmos 75, 101 e 109. Esses salmos eram usados e recitados, pelos reis do reino do sul durante a sua coroação religiosa. A povo participava dessa recitação juntamente com a classe sacerdotal. O príncipe da linhagem real de Davi punha-se em pé diante das colunas do templo em Jerusalém. Nesse momento, a grande multidão formada pelo povo, pelos levitas e pelos sacerdotes clamavam em voz alta:

Por que se amotinam os gentios,
E os povos imaginam coisas vãs?

Os reis da terra se levantam
E os governos consultam juntamente contra o Senhor
E contra o seu ungido, dizendo:
Rompamos as suas ataduras,
E sacudamos de nós as suas cordas.
Salmos 2:1-3


A agitação e a gritaria do povo, ansioso diante do santo templo, era a representação da agitação das nações ao redor do reino do sul. A posse de um novo rei era sempre um momento de grande expectativa pelas nações ao redor de Judá. Um rei sem carisma e sem pulso era sempre uma oportunidade das nações subjugadas por Jerusalém se rebelarem e declarar guerra por sua independência. As rebeliões das nações vizinha sempre foram um termômetro da aprovação divina ou não do governante do povo de IHWH (1 RS 11.1-43).  



O sumo sacerdote ergue sua voz e gritava em um tom poderoso, regado pela a unção divina, clamando:

Aquele que habita nos céus se rirá;
O Senhor zombará deles.
Então lhes falará na sua ira,
E no seu furor os turbará.
Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião
Salmos 2:4-6

A multidão silenciava diante do poderoso oráculo divino. Os seus olhares voltavam-se para o descendente de Davi. Então o sacerdote iniciava a unção de posse com a recitação da aliança divina com a casa de Davi:



Proclamarei o decreto:

O Senhor me disse: Tu és meu Filho,
                                    Eu hoje te gerei.

Pede-me, e eu te darei os gentios por herança,
E os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro;
Tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
Salmos 2:7-9

A recitação era feita em forma de um decreto divino. Naquele momento, o óleo representando a unção divina era derramado na cabeça do novo rei. Um novo rei foi “gerado” pela unção divina. Ele é o filho e representante direto de Deus entre os homens. Deus é o seu pai e Lhe dá como herança o seu povo para governar. Sobre o novo rei está as promessas feitas a Abraão de herdar todos os confins da terra. E em demonstração de afeto Deus pergunta o que ele deseja: “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança E os fins da terra por tua possessão.”


          A multidão ia ao delírio e, em voz uníssona, completava a recitação gritando:

Agora, pois, ó reis, sede prudentes;
Deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire,
E pereçais no caminho,

Quando em breve se acender a sua ira;
Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
Salmos 2:10-12


A multidão reconhecia o novo rei como o filho ungido do Deus terrível. Prestando homenagens ao rei: “beijai o filho”.

Essa linda peça real do novo rei, da linhagem de Davi, aponta diretamente para Jesus cristo. Ele é o herdeiro gerado por Deus e autêntico descendente da linhagem de Davi. E com poder regerá toda a terra durante o reino milenial. Essa será a peça que será usada durante sua entronização no milênio.  




segunda-feira, 23 de março de 2015

SALMO 52 – O salmo do fofoqueiro.

SALMO 52 – O salmo do fofoqueiro.



1    O PROLÓGO

Ao regente do coro. Um poema didático de Davi, quando Doegue, edomita, fez saber a Saul que Davi entrara na casa de Abimeleque. 

O CARATÉR PECAMINOSO DE DOEGUE

    Por que, ó prepotente, te vanglorias na maldade,
    Para ultraje de Deus, todo dia?

2  Engendras crimes;
    Tua língua é lâmina afiada,
    É forjadora de intrigas.
3  Ao bem, preferes o mal;
    À palavra da justiça, a mentira.
4 Todas as palavras perniciosas te agradam,
   Ó língua pérfida!

A REPROVAÇÃO DIVINA DO COMPORTAMENTO DE DOEGUE

5  O próprio Deus te destruirá para sempre;
    Agarrando-te, te arrancará da tenda,
    Para erradicar-te da terra dos vivos.
6  Ao vê-lo, os justos, Tomados de temor,
     Dele escarnecerão:
7  “Eis o homem que não tomava a Deus por seu refúgio!
     Porquanto, depositava sua fé em suas muitas riquezas e,
     Assim, tornou-se poderoso por seus crimes”.

 UMA CONCLUSÃO QUE EXALTA O SENHOR.

8   Eu, porém, qual oliveira verdejante na casa de Deus,
     Confio no amor divino para todo o sempre!
9   Eu sempre te louvarei pelo que fizeste;
     Na presença dos teus fiéis proclamarei o teu Nome,
     Porque Tu és bom!

Bíblia King James Atualizada 



“Salmo de Davi, quando Doegue, edomita, fez saber a Saul que Davi havia entrado na casa do sacerdote Aimeleque.”


Esse salmo traz um prologo que associa a situação na qual ele foi escrito. Trata de um salmo escrito denunciando a falta de caráter e temor de um Homem chamado Doegue. Por causa desse homem mais de 85 sacerdotes do senhor foram mortos a fio de espada pela ordens do enciumado rei Saul conforme podemos ver em 2 Sm 22. Doegue denunciou ao rei Saul que Davi recebeu ajuda do sacerdote Aimeleque durante sua fuga. Quando Saul tentou o matar.



Davi inicia esse salmo já revelando a falta de temor desse homem pecaminoso. A versão NVI traz a seguinte expressão:

Por que você se vangloria do mal
E de ultrajar a Deus continuamente?
ÓH homem poderoso.

O ultraje cometido por Doegue foi o assassinato de 85 sacerdotes com suas próprias mãos. De alguma forma Doegue deve ter se Gloriado do que fizera. Achando que não receberia o castigo divino pelos seus maus feitos. É provável que Doegue tenha se ensoberbecido pelo que fizera e tenha aberto os seus lábios contando vantagem do que fizera. Assim Davi escreve:

Sua língua trama destruição;
É como navalha afiada,
Cheia de engano.
Você prefere o mal ao bem,
A falsidade, em lugar da verdade.

O discurso maligno de Doegue era imoral e perverso. Desprovido de qualquer temor de Deus. Ele procurava justificar a si próprio.

Você ama toda palavra maldosa,
Óh língua mentirosa!

É bem provável que o termo “Valente” ou “poderoso” usado no versículo 1, seja uma forma de Davi ironizar o discurso de auto suficiência de Doegue que se achara bem corajoso que o demais soldados de Saul que se negaram a assassinar os sacerdotes do Senhor. O salmo continua apontando a sentença deste homem perverso:

Saiba que Deus o arruinará para sempre:
Ele o agarrará e o arrancará da sua tenda;
Ele o desarraigará da terra dos vivos. Pausa
             Salmos 52:5

Deus é descrito como um guerreiro valente que “agarra” e “arranca” o seu inimigo de dentro de sua casa. Trazendo seu adversário para fora diante dos olhos de todos trazendo o castigo e a reprovação pública dos maus atos desse homem sem temor. Doegue serviria de exemplo para os Justos:

Os justos verão isso e temerão; rirão dele, dizendo:
            "Veja só o homem que rejeitou a Deus como refúgio;
Confiou em sua grande riqueza
E buscou refúgio em sua maldade! "
             Salmos 52:6-7


Nesses versículos pode-se perceber que Doegue mais uma vez é ironizado. E o seu nome é associado a um provérbio Irônico que caçoa de sua falta de caráter moral e temor divino. Enquanto isso o justo é comparado as plantas que serviam de adorno na casa do Senhor:

Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus;
Confio na bondade de Deus para sempre e eternamente.
              Salmos 52:8

Aqueles que temem ao senhor e praticam a justiças seriam como as palmeiras esculpidas nas paredes do templo (1 Reis 6:29). Um adorno que tinha por finalidade demostrar a santidade de Deus. Assim o justo é demonstra em seu comportamento temente a santidade e o caráter moral de Deus.  O salmo termina com uma declaração de fé que se opõe ao comportamento incrédulo de Doegue. Declara Davi:

Para sempre te louvarei pelo que fizeste;
Na presença dos teus fiéis proclamarei o teu nome,
Porque tu és bom.


Esse salmo se põe contra qualquer sentimento de auto suficiência. A Fé de Davi é colocada em oposição ao proceder imoral de Doegue. Deus é uma criatura moral. Ele reprova qualquer atitude auto suficiente. Jesus anuncia no novo testamento uma verdade espiritual que Davi conhecia muito bem e que Doegue não:


Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Mateus 23:12


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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A QUADRILOGIA DA ENFERMIDADE. Salmos 38, 39, 40 e 41.


A QUADRILOGIA DA ENFERMIDADE
Davi é acometido por uma grave doença, é curado e tira uma lição dessa horrenda situação.
(Salmos 38, 39, 40 e 41)


São os últimos quatros salmos do segundo rolo, Os salmos de número 38, 39, 40 e 41. O salmo 40 é o mais conhecido entre eles. É comum na atualidade vermos o salmo 40 sendo abordado de forma isolada dos dois salmos que o precedem, porém ele parte integrante de um todo. É a canção de agradecimento pela restauração da saúde. Pois os salmos 38 e 39 descrevem o sofrimento de Davi em meio a um problema sério de saúde, possivelmente já no fim de seu reinado, pois ele já estava com uma idade avançada. Os salmos 38 e 39 tratam de temas parecidos. São salmos irmãos.  Alguns versos são bem parecidos. Porém, No salmo 38, Davi reflete sobre seus pecados e seus erros. Já no salmo 39, ele reflete sobre a frágil vida humana. No salmo 41, ele Vê como foi abandonado em sua enfermidade e passa a dar maior atenção aqueles que estão enfermos, devido a sua experiência pessoal quando estava doente. O quadro abaixo resume essa quadrilogia.

SALMO
TEMA
38
Uma grava enfermidade.
39
A vida uma humana é passageira.
40
Ação de graças pela cura.
41
Uma lição depois do sofrimento.

O propósito desse texto é mostrar e discutir a unidade desses quatro salmos. Alguns pesam que esses salmos foram colocados ali de forma aleatória sem nenhuma intenção inicial. Porém percebemos a partir de uma leitura simples que existe sim uma relação, por mínima que seja entre esses 4 salmos. Como já comentamos eles tratam praticamente de um tema comum: a doença na perspectiva do doente. Sugerimos a todos que tiverem contato com esse comentário a leitura desses 4 salmos de uma vez só. Assim poderão perceber uma certa unidade entre esses salmos.  


Salmo 38


O Peso da mão do senhor e uma reflexão sobre os erros.

1 SENHOR, não me repreendas em tua ira,
   Nem me corrijas com cólera!
2 Porquanto as tuas flechas cravaram-se em mim,
   E a tua mão se abateu sobre mim.

3 Por causa da tua ira, não há parte ilesa em meu corpo;
   Não há saúde nos meus ossos, em consequência do meu pecado.
4 As minhas culpas me afogam;
   Como fardo pesado,
   Tornaram-se insuportáveis para mim.


A descrição da doença no corpo físico.

5 Minhas feridas cheiram mal e supuram,
   Devido à minha insensatez.
6 Ando encurvado e todo abatido;
   O dia inteiro perambulo e pranteio.
7 Estou sendo consumido pela febre;
   E sinto todo o meu corpo enfermo.


A descrição psicológica da doença que desce até alma.

8 Estou esgotado e, ao extremo, alquebrado;
   Minha alma geme de angústia.
9 SENHOR, diante de ti estão todos os meus anseios;
   Nem mesmo o meu suspiro te é oculto.
10 Meu coração palpita e as forças se afastam do meu corpo;
      Até a luz dos meus olhos me   abandonou.


A descrição sócio emocional da doença que desfaz os relacionamentos pessoais.

11 Meus companheiros e amigos me evitam por causa da doença que me aflige;
      E os meus vizinhos se mantêm à distância.
12 Armam laços os que desejam atentar contra minha vida,
      Os que me querem mal proclamam a minha ruína;
      Dedicam o dia todo a planejar calúnias.
13 Eu, todavia, como um surdo, não ouço;
      Como mudo, não abro a boca.
14 Fiz-me como um homem que não percebe o que ocorre à sua volta
     E sua língua não sabe replicar.


Uma oração de socorro e a confissão pelos erros.

15 Em ti, SENHOR, espero:
    Tu me responderás, ó SENHOR meu Deus!
16 Pois eu declarei: “Ouve-me, ó SENHOR,
     Para que tais pessoas não se divirtam por causa do meu sofrimento,
     Tampouco triunfem sobre mim, quando meu pé escorregar!”
17 Porquanto, estou a ponto de tropeçar,
     E a minha dor me acompanha sempre.

18 Sim, confesso a minha culpa,
     Estou aflito em razão do meu pecado.

19 Sem motivo algum acumulei numerosos inimigos,
     E muitos injustamente me odeiam.
20 Os que me pagam o bem com o mal caluniam-me,
      Porquanto sigo o que é bom!

21 SENHOR, não me abandones!
      Meu Deus, não fiques tão distante!
22 Vem depressa em meu socorro,
      Ó SENHOR, meu Salvador!
(salmo 38.1-22, Bíblia King James Atualizada)



Um dos grandes problemas para entendermos esse salmo é o da interpretação alegórica que ele tem recebido. As versões em português colaboram muito para essa interpretação alegórica quando trazem em suas epigrafes os temas “oração do pecador arrependido” ou algo semelhante, trazendo a ideia de que a enfermidade de Davi não era literal, mas era o seu pecado. Muitos expositores levados por essa tendência alegórica ainda reproduzem a ideia de que a enfermidade nesse salmo é “um símbolo do pecado”. Afirmam eles que esse salmo é a descrição simbólica do conflito interior e angustiante da natureza humana devido ao mal causado pelo pecado original ou pelo pecado pessoal. Porém, apesar da linguagem metafórica presente no salmo, percebemos que a enfermidade descrita por Davi é literal, ou seja, Davi realmente estava passando por algum problema sério de saúde.
É claro que o tema pecado é abordado aqui. Davi reflete sobre seus erros e confessa-os. Mas essa não era a sua enfermidade a sua enfermidade era real e serviu como um meio dele reconhecer suas falhas diante de um Deus Santo e justo.

Por causa da tua ira, não há parte ilesa em meu corpo; não há saúde nos meus ossos, em consequência do meu pecado.     Salmo 38.3 BKJA


Salmo 39



Eu disse:
Vigiarei a minha conduta
e não pecarei em palavras;
porei mordaça em minha boca
enquanto os ímpios estiverem na minha presença.

Enquanto me calei resignado,
e me contive inutilmente,
minha angústia aumentou.

Meu coração ardia-me no peito e,
enquanto eu meditava,
o fogo aumentava;

então comecei a dizer:

Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida
e o número dos meus dias,
para que eu saiba quão frágil sou.

Deste aos meus dias o comprimento de um palmo;
a duração da minha vida é nada diante de ti.
De fato, o homem não passa de um sopro. Pausa

Sim, cada um vai e volta como a sombra.
Em vão se agita,
amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.

Mas agora, Senhor,
que hei de esperar?
Minha esperança está em ti.

Livra-me de todas as minhas transgressões;
não faças de mim um motivo de zombaria dos tolos.

Estou calado!
Não posso abrir a boca,
pois tu mesmo fizeste isso.

Afasta de mim o teu açoite;
fui vencido pelo golpe da tua mão.
Tu repreendes e disciplinas o homem
por causa do seu pecado;

como traça destróis o que ele mais valoriza;
de fato, o homem não passa de um sopro. Pausa

Ouve a minha oração, Senhor;
escuta o meu grito de socorro;
não sejas indiferente ao meu lamento.

Pois sou para ti um estrangeiro,
como foram todos os meus antepassados.
Desvia de mim os teus olhos,
para que eu volte a ter alegria,
antes que eu me vá e deixe de existir.
Salmos 39:1-13, Almeida corrigida



Já abordamos esse salmo nesse blog. Davi faz uma reflexão sobre a brevidade da vida humana. Frágil e passageiro assim é o ser humano. Como podemos ver no verso 6 desse poema.

Como uma sombra fugaz passa o ser humano pela vida, e fútil é sua luta fatigante; acumula riquezas, todavia não sabe quem, de fato, delas usufruirá.
Salmo 39. 6, BJKA

Para relembrar o nosso comentário sobre o salmo 39 click no link


Salmo 40


Esperei com paciência no SENHOR,
E ele se inclinou para mim,
E ouviu o meu clamor.
Tirou-me dum lago horrível,
Dum charco de lodo,
Pôs os meus pés sobre uma rocha,
Firmou os meus passos.

E pôs um novo cântico na minha boca,
Um hino ao nosso Deus;
Muitos o verão,
E temerão,
E confiarão no Senhor.

Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança,
E que não respeita os soberbos
Nem os que se desviam para a mentira.

Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco,
E os teus pensamentos não se podem contar diante de ti;
Se eu os quisera anunciar,
E deles falar,
São mais do que se podem contar.

Sacrifício e oferta não quiseste;
Os meus ouvidos abriste;
Holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
Então disse: Eis aqui venho;
No rolo do livro de mim está escrito.
Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu;
Sim, a tua lei está dentro do meu coração.

Preguei a justiça na grande congregação;
Eis que não retive os meus lábios,
Senhor, tu o sabes.
Não escondi a tua justiça dentro do meu coração;
Apregoei a tua fidelidade e a tua salvação.
Não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.

Não retires de mim, Senhor, as tuas misericórdias;
Guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade.
Porque males sem número me têm rodeado;
As minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima.
São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça;
Assim desfalece o meu coração.

Digna-te, Senhor, livrar-me:
Senhor, apressa-te em meu auxílio.
Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal.
Desolados sejam em pago da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!

Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam;
Digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o Senhor.
Mas eu sou pobre e necessitado;
Contudo o Senhor cuida de mim.
Tu és o meu auxílio e o meu libertador;
Não te detenhas, ó meu Deus.

Salmos 40:1-17



Esse salmo é uma celebração pela restauração da saúde. Davi rende graças ao Senhor devido ao grande milagre de Cura realizado por Jeová. Davi Escreve Jubiloso:

Tirou-me do fosso fatal, do charco lamacento, assentou meus pés sobre uma rocha e orientou meus passos. Em minha boca colocou uma nova canção, um cântico de louvor ao meu Deus. Que muitos possam compreender o que me aconteceu e venham a adquirir confiança e temor no SENHOR.                                 Salmo 40.1,2 BJKA


O “fosso fatal” ou “poço da morte” era o leito em que ele estava. Imobilizado sem poder nem se quer ficar em pé, “como dentro de uma poço lamacento” ou um “charco lamacento”. Davi, agora restaurando, sente segurança nas suas pernas e poderia andar de forma firme, “pós os meus pés sobre uma rocha”.

Muito provavelmente o salmo 40 seja a junção de dois salmos distintos. Perceba a brusca mudança de ideia a partir do verso 10. O que vem sendo um canto de ação de graças até o versículo 9, torna-se uma oração clamor no versículo 10. Perceba a semelhança dos versículos 13 em diante com o salmo de número 70.  Provavelmente o salmo 70 foi acrescido ao salmo 40 para aproxima-lo do salmo 41, afim de manter-se uma certa unidade entre o quarteto de salmos que estamos tratando.  Vê-se claramente ai a intenção humana em dar certa coerência ao livro dos salmos. Há também a hipótese que tal enxerto serve para lembrar o homem de sua condição pecaminosa arremetendo ao sistema de sacrifícios, para perdão de pecados, estabelecido na lei Mosaica, visto que os versículos 6,7 e 8 fazem uma ruptura séria com o sistema sacrificial mosaico. O texto diz claramente:

Sacrifício e oferta não quiseste;
Os meus ouvidos abriste;
Holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
Então disse: Eis aqui venho;
No rolo do livro de mim está escrito.
Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu;
Sim, a tua lei está dentro do meu coração.

Assim o salmo 70 serve para reforça a condição pecadora do homem. Levando-o a buscar no sistema de sacrifício mosaico o perdão para seus pecados. 


 Salmo 41


1 Bem-aventurado aquele que dá atenção ao desvalido!
   No dia do seu infortúnio, o SENHOR o livrará.
2 O SENHOR o protegerá e preservará sua vida;
   Ele o fará feliz na terra,
   E não o entregará à sanha dos seus inimigos.
3 Na enfermidade, o SENHOR lhe dará pleno amparo,
   E da doença o restaurará.

4 Eu roguei: Concede-me a tua graça, ó Eterno,
   E cura minha alma,
   Mesmo tendo eu pecado contra ti.


5 Meus inimigos só me desejam o mal
   E murmuram: “Quando ele morrerá?
   E quando seu nome desaparecerá da face da terra?”
6 Sempre que alguém vem visitar-me com falsidade,
    Enche o coração de mentiras,
    E depois as semeia por onde passa.
7 Todos os que me odeiam se juntam para resmungar contra mim,
    Conjeturando sobre o mal que poderá me ocorrer:
8 “Ah, ele está com aquela doença maligna!
     Está acamado, e jamais se levantará”.
9 Até o meu melhor amigo,
   Em quem eu confiava,
   E que partilhava do meu pão, também me traiu!


10 Ainda assim, tu, ó SENHOR, tem misericórdia de mim;
     Levanta-me, para que eu lhes dê a resposta merecida.
11 Sei que me queres bem,
      Porquanto o meu inimigo não cantará vitória sobre mim.
12 São e salvo me sustentarás
      E em tua presença me manterás eternamente!
13 Louvado seja o Eterno,
     Deus de Israel, para todo o sempre!
     Assim seja!

Salmo 41. 1;13, BKJA


O salmo 41 é uma lição tirada durante o período da enfermidade. Davi declara “a bem aventurança” daquele que socorre o abandonado no dia da adversidade. Vemos nos salmos 38 e 39 Davi lamentando o abandono de muitos, havia até aqueles que torciam pela morte dele. Esse problema levou Davi a se colocar no lugar de todos aqueles que passam por uma situação semelhante a que ele havia passado.

Um indivíduo que acabou de recuperar a saúde, após uma séria enfermidade, expressa aqui sua ação de graças. Não é uma ação de graças simples pois está influenciada pela escola da Sabedoria nos versículos introdutórios e reverte em uma lamentação ao descrever sua situação desesperadora. Contudo, o perigo agora já é passado e a recuperação está assegurada.  1-3. Meditação sobre a Libertação Divina. Bem-aventurado o que acode ao necessitado. Esta beatitude corresponde ao "bem-aventurados os misericordiosos" do Sermão da Montanha. Tal homem é libertado, preservado, abençoado e fortalecido por Deus. O salmista se reconhece como ilustração do caso que apresenta.

(MOODY, comentário bíblico, pág. 51. Editora Batista Regula, 2010.)

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