Manual para práticas de ensino na igreja: uma introdução à educação cristã.
Sensiveis Salmos
Este blog é dedicado a todas as pessoas que gostam do livro dos salmos. Comentário salmos - estudo salmo - livro salmos - introdução salmos
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
quarta-feira, 20 de maio de 2020
MANUAL PARA PRÁTICAS DE ENSINO NA IGREJA: UMA INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ.
AJUDE-NOS ADQUIRINDO O E-BOOK (por R$ 8,99, em breve sairá o livro físico)
MANUAL PARA PRÁTICAS DE ENSINO NA IGREJA:
UMA INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ.
Este livro aborda duas teorias contemporâneas sobre educação cristã. A primeira é a teoria social da educação cristã, que busca ferramentas na sociologia, na antropologia, na psicologia da educação e na teologia Bíblica para descrever como se processa a transmissão da fé na igreja local. A segunda é a teoria da educação cristã para construção de cosmovisão, que busca ferramentas na filosofia e no exemplo dos teólogos do passado, com o objetivo de integrar a fé cristã e a realidade social ampla nos processos educativos na congregação. Apesar dessas teorias surgirem, historicamente, uma em oposição a outra, hoje elas podem ser combinadas e servir de base para a reflexão das práticas de ensino na igreja local, sem perder o caráter ortodoxo e o foco Bíblico.
VEJA O EBOOK que custa apenas R$ 8,99.
https://www.amazon.com.br/Manual-para-pr%C3%A1ticas-ensino-igreja-ebook/dp/B088WK1MMR/ref=sr_1_14?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=educa%C3%A7%C3%A3o+crist%C3%A3&qid=1589986199&sr=8-14
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Nosso livro sobre o salmo 26.
Adquira já nosso livro. No Kindle por apenas R$ 14,59
SALMO 26: DAVI NO BANCO DOS RÉUS.
UM COMENTÁRIO EXEGÉTICO E DEVOCIONAL DO SALMO 26.
(Série
SENSÍVEIS SALMOS)
São 116 páginas só sobre o salmo 26. Há explicações sobre o contexto histórico, sobre a autoria, sobre o gênero que ele pertence, também uma abordagem a partir do hebraico e as várias formas que ele pode ser interpretado. Além disso há um comentário devocional muito bom.
DISPONÍVEL NA AMAZON.
CLIQUE OU BAIXE APLICATIVO KINDLE E PEÇA SUA AMOSTRA GRÁTIS.
sexta-feira, 10 de maio de 2019
SALMO 24: BUSCANDO A JUSTIÇA DE DEUS NO SEU TEMPLO.
SALMO 24: BUSCANDO A JUSTIÇA DE DEUS NO SEU TEMPLO.
1 Um salmo de Davi:
Do
SENHOR é a terra e tudo o que nela existe,
O
mundo e os seus habitantes.
2 Ele próprio fundou-a sobre os mares
2 Ele próprio fundou-a sobre os mares
E
firmou-a sobre os rios.
3 Quem pode subir ao monte do SENHOR?
3 Quem pode subir ao monte do SENHOR?
Quem
pode ficar de pé no seu santo lugar?
4 Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro,
4 Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro,
E
não se entrega à mentira,
Nem
age com falsidade.
5 Este receberá do SENHOR a bênção,
5 Este receberá do SENHOR a bênção,
e
Deus, o seu Salvador, lhe fará justiça.
6 Estes são aqueles que o buscam,
6 Estes são aqueles que o buscam,
Que
procuram a tua face como Jacó, ó Deus.
7 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
7 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
Abram-se,
ó antigos portais, para que entre o Rei da Glória!
8 Quem é o Rei da Glória?
8 Quem é o Rei da Glória?
É o
Eterno, o poderoso e valente.
Deus
forte, o bravo das guerras.
9 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
9 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
Abram-se,
ó antigos portais, para que entre o Rei da Glória!
10 Quem é o Rei da Glória?
10 Quem é o Rei da Glória?
É
o SENHOR dos Exércitos: Ele é o Rei da Glória!
INTRODUÇÃO
A
tradição incorporada ao salmo atribui sua autoria a Davi. Sendo Assim esse
salmo deve ter sido escrito por volta do século X a.C. Alguns defendem que ele tenha sido escrito na ocasião em que Davi levou a arca para Jerusalém
como descrito em 2 Sm 6. Porém, no texto do próprio salmo isso não é evidente, pois não
há nenhum elemento, ou citação direta, ou mesmo indireta, nele que confirme
essa hipótese. Essa ideia na verdade ganhou força após a reforma protestante
que gerou o vício injustificado de atribuir muitos salmos a vida de Davi e a
eventos específicos descritos nos livros de Samuel, reis e crônicas. Mas são poucos os
salmos que descrevem a situação históricas nas quais foram compostos. Para
determinar o contexto histórico de um salmo, devemos buscar indícios e
evidencias no próprio salmo e não em textos externos a ele. No 24 não há
evidencias de um momento histórico especifico, Mas indícios que o liga as
tradições relacionadas ao templo erguido por Salomão, como podemos ver no verso 3
em que é citado o monte do Senhor, provavelmente Sião onde estava erguido o
templo, embora alguns entendem que o monte do Senhor aqui é uma alusão ao Sinai
o monte ao qual Deus entregou as tabuas da lei a Moises durante o Êxodo. No
verso 6 há referência a uma geração, povo ou raça no caso, que busca o Senhor o
que pode fazer referência as grandes caravanas de peregrinos que vinham a
Jerusalém por conta das festas sagradas. Também a referência as portas
sagradas, no v.7, que podem facilmente ser entendidas como as portas de
Jerusalém ou mesmo as colunas do templo. A pergunta Chave no verso 3 pode ser
decisiva para entendemos qual o contexto histórico desse salmo. “Quem Subirá ao
monte do Senhor?”. Essa expressão pode fazer referência a uma pergunta de efeito moral
feita aos peregrinos que vinham a Jerusalém por ocasião das celebrações
religiosas, para que eles refletissem sobre o verdadeiro significado de servir ao Senhor. Mas também pode ser alusiva ao evento do monte Sinai descrito no
livro de Êxodo no qual Deus se revelou de forma sobre natural e só Moisés pode
subir ao monte ao encontro do Senhor. Mas, se pensarmos bem, Havia duas
festividades em que essas referencias e hipóteses convergem: A festa da Páscoa e a Festa dos tabernáculos, ambas relembravam a saída do Egito, a peregrinação de Israel durante 40 anos no
deserto e o recebimento da lei, que terá trechos citados direta ou indiretamente nessa canção partindo das tradições deuteronômicas. Se Davi realmente escreveu esse Salmo, possivelmente ele o fez para atrair a atenção do povo para o templo que substituiria o tabernáculo na adoração a IWHW. Podemos concluir então:
AUTORIA: Davi
DATA: Século X a.C.
CONTEXTO HISTÓRICO: Esse salmo foi
escrito para se usado na festa da Páscoa ou na festa dos Tabernáculos para legitimar o templo em Jerusalém como novo local de culto ao Deus de Israel em substituição a tenda sagrada.
COMENTÁRIO.
Davi começa seu
poema fundamentando a moral divina no direito legal que o senhor tem de criador
de todas as coisas, assim como Moisés o faz. Então logo ele abre seu poema com
clausula de deuteronômio:
“Do
Senhor é a terra e tudo o que nela existe,
O
mundo e os que nele vivem.
Pois
foi ele quem fundou-a sobre os mares
E
firmou-a sobre as águas” Salmos 24:1-2
No
versículo 1 Davi faz uma citação direta de deuteronômio capitulo 10.14 que
afirma:
“Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a
terra e tudo o que nela há.” Deuteronômio
10:14
Esse salmo faz uma
referência direta ao livro de deuteronômios. Perceba o questão da moralidade
abordada nele e compare com os versículos de 14 ao 21 do capitulo 10.
Eis que os céus e os céus
dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão-somente
o Senhor se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles,
escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê. Circuncidai,
pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. Pois o
SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande,
poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas;
Que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa.
Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. Ao
Senhor teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te chegarás, e pelo seu nome
jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e terríveis
coisas que os teus olhos têm visto.
É clara a referência
desse salmo a este capítulo de deuteronômio. Davi tenta reproduzir no seu poema a sentença deuteronômica “do Senhor é o
céus e sua plenitude”. Juntamente, Esse belo Salmo inicia com uma
breve alusão a Criação, Exaltando o Senhor como criador do mundo. Nas festas sagradas era muito comum rememorar as histórias contidas nos
livros da Lei. As narrativas de Criação eram constantemente relembradas pelo
imaginário popular através das histórias contadas pela oralidade popular e dos
cânticos entoados. Assim esse salmo bebe dessas fontes que citam e interpretam
os livros da Lei.
Com a declaração
legal de Deus como dono de toda a terra, Davi introduz o direito e a moral divina em seu
poema, Ou seja, toda ética universal e direito legal emana direto de Deus. Ele também Faz referência a Sião, o monte santo, que na época de Davi serviria
como local de construção do santo templo. O templo seria o lugar onde o nome do
Senhor seria invocado e glorificado. Davi não chegou a presenciar a construção
do Templo sobre o monte Sião. A tarefa de construção do templo foi incumbida a
Salomão seu herdeiro. Porém Davi exige daqueles que subiriam ao santo monte
para adorar o santo nome do senhor, quando o templo estivesse erguido, Um
caráter moral irrepreensível. Assim ele escreve:
Quem
subirá ao monte do Senhor?
Ou
quem estará no seu lugar santo?
Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração,
Que
não entrega a sua alma à vaidade,
Nem
jura enganosamente. Salmos 24:3-4
A expressão acima evoca
tanto no público primitivo quanto no público contemporâneo uma resposta, um posicionamento,
diante de um Deus tão Santo. É uma clara referência a Ex 19.10, quando o Senhor
ordena ao povo que se Santifique para que o encontre ao pé do monte Sinai para
que recebessem a lei. Mas também vemos uma ressignificação na ordem original dada em Êxodo.
Pois, nesse poema, 3 coisas especificas são exigidas para se ter acesso a presença
gloriosa do Senhor: Mãos limpas, pureza de coração e cumprimento dos juramentos.
O caráter moral
irrepreensível era a condição básica para o adorador ir ao santo templo e lá,
receberia as bênçãos divinas. Naquele santo local escolhido pelo Senhor, o servo
de Deus poderia levar todas as suas causas Jurídicas afim de obter solução de
suas pendencias. O templo seria o Local onde a justiça deveria ser exercida
como um verdadeiro tribunal, Um juizado especial de Justiça divina. O salmista afirma:
Este
receberá a bênção do Senhor
E a
justiça do Deus da sua salvação.
Como a lei ordenava,
conforme escrito em Deuteronômio 16.18, as portas das cidades deveriam ser
transformadas em tribunais públicos onde as causas dos Israelitas deveriam ser
jugadas pelos Levitas e pelos sacerdotes:
Juízes
e oficiais porás nos portões de todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te
der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça.
Deuteronômio 16.18
Porém as causas difíceis Deveriam ser
levadas a um lugar especifico onde o próprio Deus escolheria:
“Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre sangue
e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em questões de
litígios nas tuas portas, então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher
o Senhor teu Deus; E virás aos sacerdotes levitas, e ao juiz que houver
naqueles dias, e inquirirás, e te anunciarão a sentença do juízo. E farás
conforme ao mandado da palavra que te anunciarem no lugar que escolher o
Senhor; e terás cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem.” Deuteronômio
17:8-10
O
templo foi o Lugar onde O senhor escolheu para por ali o seu nome:
Estejam
os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que
nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado
para este lugar.
Assim as portas do
templo santo tornar-se-ia o Local onde as causas difíceis ao homens seriam
levadas afim de serem resolvidas. As portas do templo teriam um destaque
importantíssimo como o tribunal de causas difíceis e impossíveis. Assim Davi
anuncia o grande Juiz de toda terra que é Justo e não pode ser corrompido:
Levantai,
ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos,
ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é
este Rei da Glória?
O
Senhor forte e poderoso,
O
Senhor poderoso na guerra.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças,
Levantai, ó portas, as vossas cabeças,
Levantai-vos,
ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é
este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos,
Ele é
o Rei da Glória
Salmos 24:7-10
Salmos 24:7-10
As portas que eram
uma espécie de tribunal supremo para os Israelitas dos tempos bíblicos. Elas São
convidadas Poeticamente por Davi a levantarem as faces e contemplarem o Grande
Juiz, a fonte de toda moral.
Historicamente,
os Portais (ou portas) das cidades, ou dos templo, no antigo oriente eram o
local onde estavam postos os tribunais públicos e onde se julgava todo o tipo
de pendências judiciais, além atestações, emissão de certificados e testemunho
de compra e venda de produtos diversos. Por exemplo, Josias foi apresentado
legalmente como rei as portas do templo:
E os da guarda se puseram, cada um com as armas na mão, desde o
lado direito da casa até ao lado esquerdo da casa, do lado do altar, e do lado
da casa, em redor do rei. Então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a
coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas,
e disseram: Viva o rei! E Atalia,
ouvindo a voz dos da guarda e do povo, foi ter com o povo, na casa do Senhor.
Nas
portas também eram onde ficava as feiras livres e o comercio de diversas
mercadorias. Assim os pórticos das cidades eram o lugar de grande fluxo de pessoas. É
provável que o autor do salmo tivesse em mente a imagem de um rei que
atravessando as portas da cidade e todas as pessoas que ali estivessem
contemplando seu rei triunfante. A expressão levantais o portas vossas cabeças
seria uma expressão que tomaria a parte pelo todo, ou seja uma metonímia. Outra
opção é supor que os portais eternos sejam alusivas as duas colunas principiais do
templo, Jaquim e Boaz (2 Rs 7.21). Essas colunas tinham esses dois nomes escritos que
serviam de testemunho. A imagem nesse caso seria uma metafórica e hiperbólica
na qual até essas duas colunas prestariam referência diante de Deus.
CONCLUSÃO
Com esse salmo Davi
procura mostrar o santo templo, que seria erguido futuramente por Salomão seu filho, como o local onde o grande Juiz jugaria as causas difíceis dos homens.
O templo seria o local onde as grandes caravanas de peregrinos viriam, por
ocasião das festas da Páscoa e da festividade dos Tabernáculos, buscar a justiça de Deus e a
solução de seus problemas pessoais. Porém também era exigido que esses
peregrinos correspondessem com santidade, pureza de coração e honestidade a
santidade de Deus. Partindo de uma visão neo testamentária, podemos ver a figura de Jesus glorificando entrando em Jerusalém Celeste, triunfante sendo glorificado por uma multidão de anjos.
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Salmo 102 - A canção do pelicano no deserto e do pardal solitário.
Salmo 102 - A canção do pelicano no
deserto e do pardal solitário.
SOFRIMENTO PESSOAL PELO ESTADO PRESENTE DE JERUSALÉM.
SENHOR, ouve
a minha oração,
e chegue a ti o meu clamor.
2 Não
escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia,
inclina para mim os teus ouvidos;
no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
3 Porque
os meus dias se consomem como a fumaça,
e os meus ossos ardem como lenha.
4 O meu
coração está ferido e seco como a erva,
por isso me esqueço de comer o meu pão.
5 Por
causa da voz do meu gemido
os meus
ossos se apegam à minha pele.
6 Sou
semelhante ao pelicano no deserto;
sou como uma ave entre as ruinas.
7 Não
consigo dormir,
sou como o pardal solitário no telhado.
8 Os
meus inimigos me afrontam todo o dia;
os que se enfurecem contra mim têm jurado contra
mim.
9 Pois
tenho comido cinza como pão,
e misturado com lágrimas a minha bebida,
10 Por
causa da tua ira e da tua indignação,
pois tu me levantaste e me arremessaste.
11 Os
meus dias são como a sombra que declina,
e como a erva me vou secando.
ESPERANÇA DE RESTAURAÇÃO
12 Mas tu, Senhor,
permanecerás para sempre,
a tua
memória de geração em geração.
13 Tu te levantarás e terás
piedade de Sião;
pois o tempo
de te compadeceres dela,
o tempo
determinado, já chegou.
14 Porque os teus servos têm
prazer nas suas pedras,
e se
compadecem do seu pó.
15 Então os gentios temerão o
nome do Senhor,
e todos os
reis da terra a tua glória.
16 Quando o Senhor edificar a
Sião,
aparecerá na
sua glória.
17 Ele atenderá à oração do
desamparado,
e não
desprezará a sua oração.
18 Isto se escreverá para a
geração futura;
e o povo que
se criar louvará ao Senhor.
19 Pois olhou desde o alto do
seu santuário,
desde os
céus o Senhor contemplou a terra,
20 Para ouvir o gemido dos
presos,
para soltar
os sentenciados à morte;
21 Para anunciarem o nome do
Senhor em Sião,
e o seu
louvor em Jerusalém,
22 Quando os povos se ajuntarem,
e os reinos, para servirem ao Senhor.
RECONHECIMENTO DA MISERICÓRDIA E FAVOR DO SENHOR.
23 Abateu a minha força no
caminho;
abreviou os
meus dias.
24 Dizia eu: Meu Deus, não me
leves no meio dos meus dias,
os teus anos
são por todas as gerações.
25 Desde a antiguidade
fundaste a terra,
e os céus
são obra das tuas mãos.
26 Eles perecerão, mas tu
permanecerás;
todos eles
se envelhecerão como um vestido;
como roupa
os mudarás, e ficarão mudados.
27 Porém tu és o mesmo,
e os teus
anos nunca terão fim.
28 Os filhos dos teus servos
continuarão,
e a sua
semente ficará firmada perante ti.
INTRODUÇÃO
TEMA: A comunidade pós exílica lamenta pelo templo que está destruído e por
Jerusalém que está abandonada.
DATA: 500 a 400 a.C.
AUTOR: Desconhecido.
O salmo apresenta uma figura bastante comum no saltério, porém pouco
reconhecida por muitos pregadores e expositores, a saber, “o orante
representante”. Em outras palavras, “aquele que ora em lugar de toda uma
comunidade”. Seu sentimento e angustia são
comuns a toda uma comunidade, ele representa todo um povo que chora e
lamenta. Percebe-se isso a partir do verso 12. Dos versos 1 ao 11,
aparentemente o salmista está passando por algum problema pessoal, porém o
verso 12 revela que seu sofrimento é pelo estado de abandono e degradação da
cidade de Jerusalém e em especial pelo templo do Senhor. Ambos estão em
escombros, v.14. Mas o retorno do cativeiro babilônico renovou as esperanças do
povo de Israel. O tempo de reconstrução de Jerusalém e do templo era chegado,
v.13. Esse salmo representa muito bem o contexto dos dias de Neemias. É bem
provável que a figura de Neemias abalado e depressivo (Ne 2.2,3) seja uma imagem
referencia para o poeta escrever os 11 primeiros versos desse salmo. O inicio
do salmo lembra muito a oração de Neemias, Ne 1.5-11. Dessa maneira este salmo
pode ter a escrita datada entre 500 e 400 a.C. O cântico é um memorial para as
gerações futuras como ele mesmo indica, v. 18, provavelmente para ser cantado
na festa dos tabernáculos. Apesar de descrever um estado atual, sua finalidade
é que a geração futura fosse lembrada de
que Jerusalém um dia fora destruída e lançada ao pó. Todavia o Deus dos céus
concedeu misericórdia e permitiu que ela fosse reerguida. Por isso, o povo
presente nas festas sagradas, devia louvar e adorar ao Senhor.
COMENTÁRIO.
O cântico é iniciado como um clamor para que Deus
ouça a oração do poeta.
SENHOR, ouve a minha oração,
e chegue a ti o meu clamor.
2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia,
inclina para mim os teus ouvidos;
no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
O poeta procura descrever o sentimento de sua
comunidade em termos pessoais, Para que cada adorador em Jerusalém fosse lavado
a um sentimento também pessoal pelo estado anterior de Jerusalém. Ele lembra
aos presentes na festa que uma vida sem a presença de Deus é passageira e sem
sentido.
Porque os meus dias se consomem como a fumaça,
e os meus ossos ardem como lenha.
4 O meu coração está ferido e seco como a erva,
por isso me esqueço de comer o meu pão.
5 Por causa da voz do meu gemido
os meus ossos se apegam à minha pele.
A vida do adorador só tem sentido em razão ao
servir a Deus. O quadro depressivo descrito nos versos 4 e 5 são uma metáfora
para descrever uma vida distante da adoração em Jerusalém. Um verdadeiro
adorador sente uma angustia em sua alma por ver o estado atual de Jerusalém.
Através de um paralelismo sinonímico ele descreve tal sentimento através de três
aves:
Sou semelhante ao pelicano no deserto;
Sou como uma ave entre as ruinas.
7 Não consigo dormir,
Sou como o pardal solitário no telhado.
Como uma ave
fora do seu habitar natural, como um pássaro entre os escombros que emite seu
som ao léu, sem nenhum significado, sem ninguém para ouvir, ou como um pardal que
grita com insônia em cima do telhando procurando compartilhar a sua angustia em
vão, assim se sentia o salmista ao ver sua amada cidade e o templo do senhor em
pedras.
Como se não bastasse
ver ao chão o templo do Senhor, Os samaritanos debochavam e brincavam com os
pobres judeus aparentemente abandonados por seu Deus, clamando e lamentando
entre os tijolos despedaçados do templo.
8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia;
os que se enfurecem contra mim têm jurado contra mim.
9 Pois tenho comido cinza como pão,
e misturado com lágrimas a minha bebida,
10 Por causa da tua ira e da tua indignação,
pois tu me levantaste e me arremessaste.
11 Os meus dias são como a sombra que declina,
e como a erva me vou secando.
Mas o Senhor
ainda é Deus. Seu nome e seus feitos ainda estão na memoria dos seus servos.
Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre,
a tua memória de geração em geração.
Assim eles podem confiar que ele restaurará a
Israel. Dar-lhes forças para erguerem novamente a Jerusalém e o templo. Assim
eles podem declaram pela fé que o tempo chegou:
Tu te levantarás e terás piedade de Sião;
pois o tempo de te compadeceres dela,
o tempo determinado, já chegou.
Os que não tinham fé olhavam para os escombros e
viam só pedras. Mas Servos do senhor viam o material do qual Deus se utilizaria
para devolver a Jerusalém aos seus servos. O que para os samaritanos era motivo
de escarnio, para Os Judeus era motivo para crerem ainda mais que Deus era poderoso.
14 Porque os teus servos têm prazer nas suas pedras,
e se compadecem do seu pó.
15 Então os gentios temerão o nome do Senhor,
e todos os reis da terra a tua glória.
Deus é fiel. Quando muitos acreditavam que aquelas
pedras eram as provas do fracasso de Israel, Para Os judeus, eram a evidencia de
que Deus iria agir em seu favor. Quando as nações vissem, o que os judeus já
contemplavam pela fé, iriam se render aos pés o Deus de Israel.
Quando o Senhor edificar a Sião,
aparecerá na sua glória.
17 Ele atenderá à oração do desamparado,
e não desprezará a sua oração.
O salmista pede para que este feito seja lembrado
entre as gerações que hão de vir.
18 Isto se escreverá para a geração futura;
e o povo que se criar louvará ao Senhor.
19 Pois olhou desde o alto do seu santuário,
desde os céus o Senhor contemplou a terra,
20 Para ouvir o gemido dos presos,
para soltar os sentenciados à morte;
A experiência ruim sofrida pela geração dos pós
exílio deve ser lembrada pelas próximas gerações para que se saiba que o Senhor
é poderoso e misericordioso. Experiência passada serviria de consolo e alegria
para a geração futura. O salmista volta seus olhos para o futuro e vê uma
grande multidão que louvaria ao Senhor. As pedras atuais, são vistas como uma
cidade edificada onde as gerações futuras adoram e celebram ao Senhor em Sião.
Para anunciarem o nome do Senhor em Sião,
e o seu louvor em Jerusalém,
22 Quando os povos se ajuntarem,
e os reinos, para servirem ao Senhor.
Não só os Israelitas futuros, mas todas as nações
são vistas adorando ao Senhor em Jerusalém. O poeta profetiza Jerusalém como a
capital mundial do louvor a Deus. O que aponta para o milênio, quando Cristo
estabelecer seu reino sobre a terra por ocasião de sua vinda.
O cântico retorna a linguagem inicial de lamento
pessoal, apontando para seu encerramento.
Abateu a minha força no caminho;
abreviou os meus dias.
24 Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias,
os teus anos são por todas as gerações.
Dessa forma o salmista poeticamente contrapõe a
natureza humana, frágil e debilitada, a natureza divina que é eterna e
inabalável. Deus é eterno os homens são passageiros. Dessa forma ele ressalta a
promessa divina em restaurar Jerusalém.
25 Desde a antiguidade fundaste a terra,
e os céus são obra das tuas mãos.
26 Eles perecerão, mas tu permanecerás;
todos eles se envelhecerão como um vestido;
como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
27 Porém tu és o mesmo,
e os teus anos nunca terão fim.
28 Os filhos dos teus servos continuarão,
e a sua semente ficará firmada perante ti.
O salmo é concluído com uma promessa futura de que Deus
manteria firmada a semente de israel. As gerações que viriam e celebrariam na Jerusalém
já reedificada, poderiam adorar e ter a certeza que o Senhor jamais os
abandonaria.
Conclusão.
Deus é poderoso. O que para muitos pode ser a
evidencia de sua derrota pessoal, para Deus é a prova que ele agirá em seu
favor. Ele concederá a vitória aquele que o teme. As suas bênçãos se estendem
sobre a geração daquele que busca a sua face e cumpre a sua palavra. Que a
nossa fé esteja além das circunstancias atuais, como o poeta do salmo 102. E que
contemplemos pela fé as bênçãos do senhor sobre nós e nossa família, não só no
presente mais também no futuro.
Assinar:
Postagens (Atom)