quarta-feira, 26 de agosto de 2020

quarta-feira, 20 de maio de 2020

MANUAL PARA PRÁTICAS DE ENSINO NA IGREJA: UMA INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ.


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MANUAL PARA PRÁTICAS DE ENSINO NA IGREJA: 

UMA INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ.





        Este livro aborda duas teorias contemporâneas sobre educação cristã. A primeira é a teoria social da educação cristã, que busca ferramentas na sociologia, na antropologia, na psicologia da educação e na teologia Bíblica para descrever como se processa a transmissão da fé na igreja local. A segunda é a teoria da educação cristã para construção de cosmovisão, que busca ferramentas na filosofia e no exemplo dos teólogos do passado, com o objetivo de integrar a fé cristã e a realidade social ampla nos processos educativos na congregação. Apesar dessas teorias surgirem, historicamente, uma em oposição a outra, hoje elas podem ser combinadas e servir de base para a reflexão das práticas de ensino na igreja local, sem perder o caráter ortodoxo e o foco Bíblico.

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Nosso livro sobre o salmo 26.

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SALMO 26: DAVI NO BANCO DOS RÉUS.
UM COMENTÁRIO EXEGÉTICO E DEVOCIONAL DO SALMO 26.

(Série SENSÍVEIS SALMOS)


São 116 páginas só sobre o salmo 26. Há explicações sobre o contexto histórico, sobre a autoria, sobre o gênero que ele pertence, também uma abordagem a partir do hebraico e as várias formas que ele pode ser interpretado. Além disso há um comentário devocional muito bom.

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sexta-feira, 10 de maio de 2019

SALMO 24: BUSCANDO A JUSTIÇA DE DEUS NO SEU TEMPLO.


SALMO 24: BUSCANDO A JUSTIÇA DE DEUS NO SEU TEMPLO.


1 Um salmo de Davi:

   Do SENHOR é a terra e tudo o que nela existe,
   O mundo e os seus habitantes.

2 Ele próprio fundou-a sobre os mares
   E firmou-a sobre os rios.

3 Quem pode subir ao monte do SENHOR?
   Quem pode ficar de pé no seu santo lugar?

4 Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro,
   E não se entrega à mentira,
   Nem age com falsidade.

5 Este receberá do SENHOR a bênção,
   e Deus, o seu Salvador, lhe fará justiça.

6 Estes são aqueles que o buscam,
   Que procuram a tua face como Jacó, ó Deus.

7 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
   Abram-se, ó antigos portais, para que entre o Rei da Glória!

8 Quem é o Rei da Glória?
  É o Eterno, o poderoso e valente.
  Deus forte, o bravo das guerras.

9 Levantai, ó portas, os vossos frontões;
   Abram-se, ó antigos portais, para que entre o Rei da Glória!

10 Quem é o Rei da Glória?
      É o SENHOR dos Exércitos: Ele é o Rei da Glória!


INTRODUÇÃO

A tradição incorporada ao salmo atribui sua autoria a Davi. Sendo Assim esse salmo deve ter sido escrito por volta do século X a.C. Alguns defendem que ele tenha sido escrito na ocasião em que Davi levou a arca para Jerusalém como descrito em 2 Sm 6. Porém, no texto do próprio salmo isso não é evidente, pois não há nenhum elemento, ou citação direta, ou mesmo indireta, nele que confirme essa hipótese. Essa ideia na verdade ganhou força após a reforma protestante que gerou o vício injustificado de atribuir muitos salmos a vida de Davi e a eventos específicos descritos nos livros de Samuel, reis e crônicas. Mas são poucos os salmos que descrevem a situação históricas nas quais foram compostos. Para determinar o contexto histórico de um salmo, devemos buscar indícios e evidencias no próprio salmo e não em textos externos a ele. No 24 não há evidencias de um momento histórico especifico, Mas indícios que o liga as tradições relacionadas ao templo erguido por Salomão, como podemos ver no verso 3 em que é citado o monte do Senhor, provavelmente Sião onde estava erguido o templo, embora alguns entendem que o monte do Senhor aqui é uma alusão ao Sinai o monte ao qual Deus entregou as tabuas da lei a Moises durante o Êxodo. No verso 6 há referência a uma geração, povo ou raça no caso, que busca o Senhor o que pode fazer referência as grandes caravanas de peregrinos que vinham a Jerusalém por conta das festas sagradas. Também a referência as portas sagradas, no v.7, que podem facilmente ser entendidas como as portas de Jerusalém ou mesmo as colunas do templo. A pergunta Chave no verso 3 pode ser decisiva para entendemos qual o contexto histórico desse salmo. “Quem Subirá ao monte do Senhor?”. Essa expressão pode fazer referência a uma pergunta de efeito moral feita aos peregrinos que vinham a Jerusalém por ocasião das celebrações religiosas, para que eles refletissem sobre o verdadeiro significado de servir ao Senhor. Mas também pode ser alusiva ao evento do monte Sinai descrito no livro de Êxodo no qual Deus se revelou de forma sobre natural e só Moisés pode subir ao monte ao encontro do Senhor. Mas, se pensarmos bem, Havia duas festividades em que essas referencias e hipóteses convergem:  A festa da Páscoa e a Festa dos tabernáculos, ambas relembravam a saída do Egito, a peregrinação de Israel durante 40 anos no deserto e o recebimento da lei, que terá trechos citados direta ou indiretamente nessa canção partindo das tradições deuteronômicas. Se Davi realmente escreveu esse Salmo, possivelmente ele o fez para atrair a atenção do povo para o templo que substituiria o tabernáculo na adoração a IWHW. Podemos concluir então:

AUTORIA: Davi

DATA: Século X a.C.


CONTEXTO HISTÓRICO: Esse salmo foi escrito para se usado na festa da Páscoa ou na festa dos Tabernáculos para legitimar o templo em Jerusalém como novo local de culto ao Deus de Israel em substituição a tenda sagrada.




COMENTÁRIO.


Davi começa seu poema fundamentando a moral divina no direito legal que o senhor tem de criador de todas as coisas, assim como Moisés o faz. Então logo ele abre seu poema com clausula de deuteronômio:


“Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe,
O mundo e os que nele vivem.
Pois foi ele quem fundou-a sobre os mares
E firmou-a sobre as águas” Salmos 24:1-2


No versículo 1 Davi faz uma citação direta de deuteronômio capitulo 10.14 que afirma:


“Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há.” Deuteronômio 10:14

Esse salmo faz uma referência direta ao livro de deuteronômios. Perceba o questão da moralidade abordada nele e compare com os versículos de 14 ao 21 do capitulo 10.

Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão-somente o Senhor se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; Que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa. Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. Ao Senhor teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te chegarás, e pelo seu nome jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e terríveis coisas que os teus olhos têm visto.


É clara a referência desse salmo a este capítulo de deuteronômio. Davi tenta reproduzir no seu poema a sentença deuteronômica “do Senhor é o céus e sua plenitude”. Juntamente, Esse belo Salmo inicia com uma breve alusão a Criação, Exaltando o Senhor como criador do mundo. Nas festas sagradas era muito comum rememorar as histórias contidas nos livros da Lei. As narrativas de Criação eram constantemente relembradas pelo imaginário popular através das histórias contadas pela oralidade popular e dos cânticos entoados. Assim esse salmo bebe dessas fontes que citam e interpretam os livros da Lei.
Com a declaração legal de Deus como dono de toda a terra, Davi introduz o direito e a moral divina em seu poema, Ou seja, toda ética universal e direito legal emana direto de Deus. Ele também Faz referência a Sião, o monte santo, que na época de Davi serviria como local de construção do santo templo. O templo seria o lugar onde o nome do Senhor seria invocado e glorificado. Davi não chegou a presenciar a construção do Templo sobre o monte Sião. A tarefa de construção do templo foi incumbida a Salomão seu herdeiro. Porém Davi exige daqueles que subiriam ao santo monte para adorar o santo nome do senhor, quando o templo estivesse erguido, Um caráter moral irrepreensível. Assim ele escreve:


Quem subirá ao monte do Senhor?
Ou quem estará no seu lugar santo?
Aquele que é limpo de mãos e puro de coração,
Que não entrega a sua alma à vaidade,
Nem jura enganosamente. Salmos 24:3-4


A expressão acima evoca tanto no público primitivo quanto no público contemporâneo uma resposta, um posicionamento, diante de um Deus tão Santo. É uma clara referência a Ex 19.10, quando o Senhor ordena ao povo que se Santifique para que o encontre ao pé do monte Sinai para que recebessem a lei. Mas também vemos uma ressignificação na ordem original dada em Êxodo. Pois, nesse poema, 3 coisas especificas são exigidas para se ter acesso a presença gloriosa do Senhor: Mãos limpas, pureza de coração e cumprimento dos juramentos.
O caráter moral irrepreensível era a condição básica para o adorador ir ao santo templo e lá, receberia as bênçãos divinas. Naquele santo local escolhido pelo Senhor, o servo de Deus poderia levar todas as suas causas Jurídicas afim de obter solução de suas pendencias. O templo seria o Local onde a justiça deveria ser exercida como um verdadeiro tribunal, Um juizado especial de Justiça divina. O salmista afirma:


Este receberá a bênção do Senhor
E a justiça do Deus da sua salvação.


Como a lei ordenava, conforme escrito em Deuteronômio 16.18, as portas das cidades deveriam ser transformadas em tribunais públicos onde as causas dos Israelitas deveriam ser jugadas pelos Levitas e pelos sacerdotes:

Juízes e oficiais porás nos portões de todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça. Deuteronômio 16.18

Porém as causas difíceis Deveriam ser levadas a um lugar especifico onde o próprio Deus escolheria:

“Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em questões de litígios nas tuas portas, então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; E virás aos sacerdotes levitas, e ao juiz que houver naqueles dias, e inquirirás, e te anunciarão a sentença do juízo. E farás conforme ao mandado da palavra que te anunciarem no lugar que escolher o Senhor; e terás cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem.” Deuteronômio 17:8-10

          O templo foi o Lugar onde O senhor escolheu para por ali o seu nome:

Estejam os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar. 

Assim as portas do templo santo tornar-se-ia o Local onde as causas difíceis ao homens seriam levadas afim de serem resolvidas. As portas do templo teriam um destaque importantíssimo como o tribunal de causas difíceis e impossíveis. Assim Davi anuncia o grande Juiz de toda terra que é Justo e não pode ser corrompido:

Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é este Rei da Glória?
O Senhor forte e poderoso,
O Senhor poderoso na guerra.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças,
Levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos,
Ele é o Rei da Glória
Salmos 24:7-10

   As portas que eram uma espécie de tribunal supremo para os Israelitas dos tempos bíblicos. Elas São convidadas Poeticamente por Davi a levantarem as faces e contemplarem o Grande Juiz, a fonte de toda moral. 
Historicamente, os Portais (ou portas) das cidades, ou dos templo, no antigo oriente eram o local onde estavam postos os tribunais públicos e onde se julgava todo o tipo de pendências judiciais, além atestações, emissão de certificados e testemunho de compra e venda de produtos diversos. Por exemplo, Josias foi apresentado legalmente como rei as portas do templo:

E os da guarda se puseram, cada um com as armas na mão, desde o lado direito da casa até ao lado esquerdo da casa, do lado do altar, e do lado da casa, em redor do rei. Então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas, e disseram: Viva o rei!  E Atalia, ouvindo a voz dos da guarda e do povo, foi ter com o povo, na casa do Senhor.

Nas portas também eram onde ficava as feiras livres e o comercio de diversas mercadorias. Assim os pórticos das cidades eram o lugar de grande fluxo de pessoas. É provável que o autor do salmo tivesse em mente a imagem de um rei que atravessando as portas da cidade e todas as pessoas que ali estivessem contemplando seu rei triunfante. A expressão levantais o portas vossas cabeças seria uma expressão que tomaria a parte pelo todo, ou seja uma metonímia. Outra opção é supor que os portais eternos sejam alusivas as duas colunas principiais do templo, Jaquim e Boaz (2 Rs 7.21). Essas colunas tinham esses dois nomes escritos que serviam de testemunho. A imagem nesse caso seria uma metafórica e hiperbólica na qual até essas duas colunas prestariam referência diante de Deus.


CONCLUSÃO


Com esse salmo Davi procura mostrar o santo templo, que seria erguido futuramente por Salomão seu filho, como o local onde o grande Juiz jugaria as causas difíceis dos homens. O templo seria o local onde as grandes caravanas de peregrinos viriam, por ocasião das festas da Páscoa e da festividade dos Tabernáculos, buscar a justiça de Deus e a solução de seus problemas pessoais. Porém também era exigido que esses peregrinos correspondessem com santidade, pureza de coração e honestidade a santidade de Deus. Partindo de uma visão neo testamentária, podemos ver a figura de Jesus glorificando entrando em Jerusalém Celeste, triunfante sendo glorificado por uma multidão de anjos.     


segunda-feira, 19 de junho de 2017

Salmo 102 - A canção do pelicano no deserto e do pardal solitário.

Salmo 102 - A canção do pelicano no deserto e do pardal solitário.




SOFRIMENTO PESSOAL PELO ESTADO PRESENTE DE JERUSALÉM.

SENHOR,  ouve a minha oração,
e chegue a ti o meu clamor.
2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia,
inclina para mim os teus ouvidos;
no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
3 Porque os meus dias se consomem como a fumaça,
e os meus ossos ardem como lenha.
4 O meu coração está ferido e seco como a erva,
por isso me esqueço de comer o meu pão.
5 Por causa da voz do meu gemido
 os meus ossos se apegam à minha pele.
6 Sou semelhante ao pelicano no deserto;
sou como uma ave entre as ruinas.
7 Não consigo dormir,
sou como o pardal solitário no telhado.
8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia;
os que se enfurecem contra mim têm jurado contra mim.
9 Pois tenho comido cinza como pão,
e misturado com lágrimas a minha bebida,
10 Por causa da tua ira e da tua indignação,
pois tu me levantaste e me arremessaste.
11 Os meus dias são como a sombra que declina,
e como a erva me vou secando.


ESPERANÇA DE RESTAURAÇÃO

12 Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre,
a tua memória de geração em geração.
13 Tu te levantarás e terás piedade de Sião;
pois o tempo de te compadeceres dela,
o tempo determinado, já chegou.
14 Porque os teus servos têm prazer nas suas pedras,
e se compadecem do seu pó.
15 Então os gentios temerão o nome do Senhor,
e todos os reis da terra a tua glória.
16 Quando o Senhor edificar a Sião,
aparecerá na sua glória.
17 Ele atenderá à oração do desamparado,
e não desprezará a sua oração.
18 Isto se escreverá para a geração futura;
e o povo que se criar louvará ao Senhor.
19 Pois olhou desde o alto do seu santuário,
desde os céus o Senhor contemplou a terra,
20 Para ouvir o gemido dos presos,
para soltar os sentenciados à morte;
21 Para anunciarem o nome do Senhor em Sião,
e o seu louvor em Jerusalém,
22 Quando os povos se ajuntarem,
 e os reinos, para servirem ao Senhor.


RECONHECIMENTO DA MISERICÓRDIA E FAVOR DO SENHOR.

23 Abateu a minha força no caminho;
abreviou os meus dias.
24 Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias,
os teus anos são por todas as gerações.
25 Desde a antiguidade fundaste a terra,
e os céus são obra das tuas mãos.
26 Eles perecerão, mas tu permanecerás;
todos eles se envelhecerão como um vestido;
como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
27 Porém tu és o mesmo,
e os teus anos nunca terão fim.
28 Os filhos dos teus servos continuarão,
e a sua semente ficará firmada perante ti.


INTRODUÇÃO

TEMA: A comunidade pós exílica lamenta pelo templo que está destruído e por Jerusalém que está abandonada.
DATA: 500 a 400 a.C.
AUTOR: Desconhecido.


O salmo apresenta uma figura bastante comum no saltério, porém pouco reconhecida por muitos pregadores e expositores, a saber, “o orante representante”. Em outras palavras, “aquele que ora em lugar de toda uma comunidade”. Seu sentimento e angustia são  comuns a toda uma comunidade, ele representa todo um povo que chora e lamenta. Percebe-se isso a partir do verso 12. Dos versos 1 ao 11, aparentemente o salmista está passando por algum problema pessoal, porém o verso 12 revela que seu sofrimento é pelo estado de abandono e degradação da cidade de Jerusalém e em especial pelo templo do Senhor. Ambos estão em escombros, v.14. Mas o retorno do cativeiro babilônico renovou as esperanças do povo de Israel. O tempo de reconstrução de Jerusalém e do templo era chegado, v.13. Esse salmo representa muito bem o contexto dos dias de Neemias. É bem provável que a figura de Neemias abalado e depressivo (Ne 2.2,3) seja uma imagem referencia para o poeta escrever os 11 primeiros versos desse salmo. O inicio do salmo lembra muito a oração de Neemias, Ne 1.5-11. Dessa maneira este salmo pode ter a escrita datada entre 500 e 400 a.C. O cântico é um memorial para as gerações futuras como ele mesmo indica, v. 18, provavelmente para ser cantado na festa dos tabernáculos. Apesar de descrever um estado atual, sua finalidade é que a geração  futura fosse lembrada de que Jerusalém um dia fora destruída e lançada ao pó. Todavia o Deus dos céus concedeu misericórdia e permitiu que ela fosse reerguida. Por isso, o povo presente nas festas sagradas, devia louvar e adorar ao Senhor.



COMENTÁRIO.

O cântico é iniciado como um clamor para que Deus ouça a oração do poeta.
SENHOR, ouve a minha oração,
e chegue a ti o meu clamor.
2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia,
inclina para mim os teus ouvidos;
no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.

O poeta procura descrever o sentimento de sua comunidade em termos pessoais, Para que cada adorador em Jerusalém fosse lavado a um sentimento também pessoal pelo estado anterior de Jerusalém. Ele lembra aos presentes na festa que uma vida sem a presença de Deus é passageira e sem sentido.

Porque os meus dias se consomem como a fumaça,
e os meus ossos ardem como lenha.
4 O meu coração está ferido e seco como a erva,
por isso me esqueço de comer o meu pão.
5 Por causa da voz do meu gemido
os meus ossos se apegam à minha pele.

A vida do adorador só tem sentido em razão ao servir a Deus. O quadro depressivo descrito nos versos 4 e 5 são uma metáfora para descrever uma vida distante da adoração em Jerusalém. Um verdadeiro adorador sente uma angustia em sua alma por ver o estado atual de Jerusalém. Através de um paralelismo sinonímico ele descreve tal sentimento através de três aves:

Sou semelhante ao pelicano no deserto;
Sou como uma ave entre as ruinas.
7 Não consigo dormir,
Sou como o pardal solitário no telhado.

Como uma ave fora do seu habitar natural, como um pássaro entre os escombros que emite seu som ao léu, sem nenhum significado, sem ninguém para ouvir, ou como um pardal que grita com insônia em cima do telhando procurando compartilhar a sua angustia em vão, assim se sentia o salmista ao ver sua amada cidade e o templo do senhor em pedras.
Como se não bastasse ver ao chão o templo do Senhor, Os samaritanos debochavam e brincavam com os pobres judeus aparentemente abandonados por seu Deus, clamando e lamentando entre os tijolos despedaçados do templo.
  
8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia;
os que se enfurecem contra mim têm jurado contra mim.
9 Pois tenho comido cinza como pão,
e misturado com lágrimas a minha bebida,
10 Por causa da tua ira e da tua indignação,
pois tu me levantaste e me arremessaste.
11 Os meus dias são como a sombra que declina,
e como a erva me vou secando.

Mas o Senhor ainda é Deus. Seu nome e seus feitos ainda estão na memoria dos seus servos.

Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre,
a tua memória de geração em geração.

Assim eles podem confiar que ele restaurará a Israel. Dar-lhes forças para erguerem novamente a Jerusalém e o templo. Assim eles podem declaram pela fé que o tempo chegou:

Tu te levantarás e terás piedade de Sião;
pois o tempo de te compadeceres dela,
o tempo determinado, já chegou.

Os que não tinham fé olhavam para os escombros e viam só pedras. Mas Servos do senhor viam o material do qual Deus se utilizaria para devolver a Jerusalém aos seus servos. O que para os samaritanos era motivo de escarnio, para Os Judeus era motivo para crerem ainda mais que Deus era poderoso.

14 Porque os teus servos têm prazer nas suas pedras,
e se compadecem do seu pó.
15 Então os gentios temerão o nome do Senhor,
e todos os reis da terra a tua glória.

Deus é fiel. Quando muitos acreditavam que aquelas pedras eram as provas do fracasso de Israel, Para Os judeus, eram a evidencia de que Deus iria agir em seu favor. Quando as nações vissem, o que os judeus já contemplavam pela fé, iriam se render aos pés o Deus de Israel.

Quando o Senhor edificar a Sião,
aparecerá na sua glória.
17 Ele atenderá à oração do desamparado,
e não desprezará a sua oração.

O salmista pede para que este feito seja lembrado entre as gerações que hão de vir.

18 Isto se escreverá para a geração futura;
e o povo que se criar louvará ao Senhor.
19 Pois olhou desde o alto do seu santuário,
desde os céus o Senhor contemplou a terra,
20 Para ouvir o gemido dos presos,
para soltar os sentenciados à morte;

A experiência ruim sofrida pela geração dos pós exílio deve ser lembrada pelas próximas gerações para que se saiba que o Senhor é poderoso e misericordioso. Experiência passada serviria de consolo e alegria para a geração futura. O salmista volta seus olhos para o futuro e vê uma grande multidão que louvaria ao Senhor. As pedras atuais, são vistas como uma cidade edificada onde as gerações futuras adoram e celebram ao Senhor em Sião.
Para anunciarem o nome do Senhor em Sião,
e o seu louvor em Jerusalém,
22 Quando os povos se ajuntarem,
e os reinos, para servirem ao Senhor.

Não só os Israelitas futuros, mas todas as nações são vistas adorando ao Senhor em Jerusalém. O poeta profetiza Jerusalém como a capital mundial do louvor a Deus. O que aponta para o milênio, quando Cristo estabelecer seu reino sobre a terra por ocasião de sua vinda.
O cântico retorna a linguagem inicial de lamento pessoal, apontando para seu encerramento.

Abateu a minha força no caminho;
abreviou os meus dias.
24 Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias,
os teus anos são por todas as gerações.

Dessa forma o salmista poeticamente contrapõe a natureza humana, frágil e debilitada, a natureza divina que é eterna e inabalável. Deus é eterno os homens são passageiros. Dessa forma ele ressalta a promessa divina em restaurar Jerusalém.

25 Desde a antiguidade fundaste a terra,
e os céus são obra das tuas mãos.
26 Eles perecerão, mas tu permanecerás;
todos eles se envelhecerão como um vestido;
como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
27 Porém tu és o mesmo,
e os teus anos nunca terão fim.
28 Os filhos dos teus servos continuarão,
e a sua semente ficará firmada perante ti.

O salmo é concluído com uma promessa futura de que Deus manteria firmada a semente de israel. As gerações que viriam e celebrariam na Jerusalém já reedificada, poderiam adorar e ter a certeza que o Senhor jamais os abandonaria.


Conclusão.


Deus é poderoso. O que para muitos pode ser a evidencia de sua derrota pessoal, para Deus é a prova que ele agirá em seu favor. Ele concederá a vitória aquele que o teme. As suas bênçãos se estendem sobre a geração daquele que busca a sua face e cumpre a sua palavra. Que a nossa fé esteja além das circunstancias atuais, como o poeta do salmo 102. E que contemplemos pela fé as bênçãos do senhor sobre nós e nossa família, não só no presente mais também no futuro.