quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Salmos 48 – além de um espírito nacionalista

1.  GRANDE é o SENHOR 
     e mui digno de louvor, 
    na cidade do nosso Deus, 
    no seu monte santo.

2.  Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, 
     a cidade do grande Rei.
3.  Deus é conhecido nos seus palácios por um alto refúgio.

4.  Porque eis que os reis se ajuntaram; 
     eles passaram juntos.
5.  Viram-no e ficaram maravilhados; 
     ficaram assombrados e se apressaram em fugir.
6.  Tremor ali os tomou, e 
     dores como de mulher de parto.

7.  Tu quebras as naus de Társis com um vento oriental.
8.  Como o ouvimos, assim o vimos na cidade do SENHOR dos Exércitos, 
      na cidade do nosso Deus. Deus a confirmará para sempre. ( Selá. )
9.  Lembramo-nos, ó Deus, da tua benignidade, no meio do teu templo.
10.  Segundo é o teu nome, ó Deus, 
       assim é o teu louvor, até aos fins da terra; 
       a tua mão direita está cheia de justiça.

11.  Alegre-se o monte de Sião; 
        alegrem-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos.
12.  Rodeai Sião, 
       e cercai-a, 
       contai as suas torres.
13.  Marcai bem os seus ante muros, 
       considerai os seus palácios, 
       para que o conteis à geração seguinte.
14.  Porque este Deus é o nosso Deus para sempre; 
        ele será nosso guia até à morte.


              Este salmo de louvor a Deus trás como plano de fundo Jerusalém, retratada no monte Sião. Nele é demonstrado o espírito nacionalista dos judeus do período do antigo testamento. Mas esse espírito nacionalista não é o tema central desse salmo. Esse nacionalismo é a linguagem pela qual o salmista expressa sua fé e confiança em Deus que o guardião do povo Judeu.
            
             O monte Sião, como comentamos em outra ocasião, era uma fortaleza natural contra ataques de nações inimigas. Erguido cerca de 800m acima do nível do mar sendo a montanha mais alta do reino de Judá. Com ascensão de Davi ao trono, tornou-se a fortaleza de Davi, o grande rei, e também o local de onde foi enterrado o seu corpo. Davi expandiu consideravelmente as fronteiras de Israel através de uma bem sucedida campanha militar. Assim nos tempos de Davi o monte Sião era o símbolo político-militar de Israel. Mais tarde Davi ordenou que a arca da aliança fosse trazida para o monte Sião, então o povo começou a considerar o monte Sião como sendo santo,  a casa de Deus. Salomão mais adiante construiu o santo templo no monte Moriá, próximo a Sião, e Sião passou a ser designação desse complexo. Percebemos a partir desse resumido relato,  a construção sócio-religiosa do símbolo do monte Sião. Sião era o símbolo da identidade político-religiosa de um Israelita nos tempos do antigo testamento. Em outro salmo, o salmista descreve como os Babilônicos debochavam e riam da destruição de Israel como nação atacando a figura do monte Sião:

Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; 
e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: 
"Cantai-nos uma das canções de Sião."
(salmo 137.3)


"Após o Exílio Babilônico, os judeus começaram a identificar-se, com mais intensidade, com a mística Sião. Na luxuriante e soberba Babilônia, eles lembravam-se desse nome e derramavam copiosas lágrimas."
(Andrade, Claudionor; Geografia bíblica; CPAD,1987; Rio de Janeiro. pág 21)

              Mas nesse salmo, através desse símbolo político e religioso, o salmista revela Deus como o grande Guardião e defensor de Israel. Como diz o versículo 3 que dentro daquela grande fortaleza O senhor é conhecido como um alto refúgio. Sendo o monte Sião o maior monte de Israel e uma fortaleza natural contra ataques inimigos, mesmo assim Deus era Bem maior e a verdadeira segurança do povo Judeu.  Esse era como descrito no salmo, o ditado popular dentro dos muros e nas torres do monte Sião.  É apartir desse ditado que outro lindo salmo é escrito:

... DEUS é o nosso refúgio e fortaleza... (salmo 46)

       Vale apena lembrar que o salmo 46 e o salmo 48 pertencem ao segundo livro dos salmos. O comentário bíblico de moody, muito conhecido, chega a chamar os salmos 46, 47 e 48 como a trilogia do louvor por tratarem de temas semelhantes. A relação desse três salmos é evidente formando um conjunto.


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sábado, 17 de dezembro de 2011

SALMO 23 - UM PASTOR NESSE DESERTO

Salmos 23

1 O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
2 Deitar-me faz em verdes pastos, 
   guia-me mansamente a águas tranquilas.
3 Refrigera a minha alma; 
   guia-me pelas veredas da justiça, 
   por amor do seu nome.
4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, 
   porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, 
    unges a minha cabeça com óleo, 
    o meu cálice transborda.
6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; 
   e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.


            Com certeza Você já escutou ou leu muitos comentários sobre esse salmo, pois ele é um dos textos mais  conhecidos da bíblia.  Mas não vai lhe custar nada perder um pouco de tempo para ler mais um comentário esse maravilhoso salmo.
O cenário:
              Quando lemos esse salmo muitas vezes desconhecemos o contexto geográfico do Israel dos tempos bíblicos. Em primeiro, havia poucos rios que recortavam as terras de Israel e a maioria eram perenes passando boa parte do tempo secos.  Em segundo, as chuvas caiam em tempos determinados por um curto espaço de tempo.  Assim conseguir  água não era tão fácil assim. As opções que se tinham para matar a sede das ovelhas eram as seguintes: procurar piscinas de águas formadas pelo acumulo das águas das chuvas, que serviam de cisternas naturais, ou cavar poços até encontrar lençóis subterrâneos de águas. 
            Dai havia a necessidade do pastor de ovelhas daquela época conhecer bem onde conseguir água para as ovelhas, pois não era tão fácil conseguir água. O salmista conhecia bem essa necessidade e acerca do senhor ele diz que Deus é o seu pastor! Deus é aquele que conhece todas as coisas e no deserto dessa vida só o senhor poderia matar a sede de sua alma.
           Pelo fato de água está localizada pontualmente o pastor tinha outro desafio. Muitos animais também vinham beber água, logo o pastor tinham que defender suas ovelhas da ação de animais que lutavam também pela sua sobrevivência. Não é por acaso que o salmistas escreve:
            
“Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos”

             O pastor também tinha que proteger as suas ovelhas na condução até as fontes ou cisternas de água. Acerca disso o salmista também escreve:

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

                Israel sempre viveu em tempos de iminentes guerras, o salmista sabia bem disso e comparando essa situação ao seu cotidiano ele podia confiar no senhor,  pois com seu cajado de poder e soberania Deus  o protegeria da ação inimiga.
        
                  Deus sempre protegerá de todo o mal  aqueles que o servem com sinceridade. Sirvamos ao senhor com sinceridade e ele sempre estará a nos proteger nesse deserto que chamamos cotidiano!